sábado, 26 de dezembro de 2009

COLT E A INVERSÃO DE VALORES

Assistindo a um jornal televisivo no dia 25.12, ouvi uma notícia que me causou perplexidade: um criminoso norte-americano chamado Colt, responsável por mais de 50 (cinquenta) assaltos, passou a ser o novo ídolo de grande parte do povo daquele país.

Segundo a informação veiculada, Colt é um jovem de 18 anos de idade, inteligente, criativo e ousado. Suas ações começaram com pequenos furtos e passaram a assaltos cinematográficos. A polícia não consegue capturá-lo. Ele desafia as autoridades.
Veja um pouco da matéria:

ADOLESCENTE DE 18 ANOS É UM DOS CRIMINOSOS MAIS PROCURADOS DOS EUA

Devido à sua capacidade de engendrar crimes de grande porte com muita inteligência e criatividade, sem nunca ser capturado, Colt passou a ser admirado por muitas pessoas nos Estados Unidos da América. Há venda de camisetas e outros objetos com seu rosto estampado, como se ele fosse um astro da música. Na internet há manifestações de apoio e muitos fãs de Colt vão surgindo, sendo que ele passou de bandido a herói.

É realmente assustador ver algo assim acontecendo, cabendo lembrar que não é a primeira vez. Aqui mesmo, no Brasil, já houve algo um pouco parecido. Aliás, basta surgir um ladrão bem sucedido em seu “ofício”, capaz de ludibriar a polícia com astúcia e planos mirabolantes, e logo sua imagem começa a sofrer uma modificação, pois ele passa de criminoso a mocinho, e legiões de fãs de formam.

A inversão de valores que tem tomado conta deste mundo é terrível. Quem faz o bem não recebe destaque, não faz diferença para a sociedade, não é valorizado e nem conta com admiradores (e quando os há, são poucos). Por outro lado, bandidos fazem a cabeça de muita gente, principalmente de adolescentes e jovens que crescem sem valores éticos, morais e cristãos.

A sociedade atual não é uma boa formadora de caráter. Os pais, hoje, estão mais preocupados com a liberdade dos filhos, em não deixá-los “traumatizados” com alguma forma de repressão (e isto inclui a disciplina, que tem sido abandonada), do que em ver seus filhos crescendo com a consciência do que é certo e errado, sabendo discernir as coisas e separar o bem do mal. Assim é que adolescentes e jovens idolatram um bandido, que para eles é um herói, e ignoram aqueles que lutam para que a sociedade tenha mais justiça e amor.

Dentro dos lares não é difícil encontrar adolescentes jovens que passam horas a fio grudados a um videogame, brincando com jogos repletos de violência, onde o vencedor é o que mata mais, o que comete mais infrações da lei, é o que não é capturado nunca. Aliás, o jovem Colt, neste sentido, é como um herói de videogame, sendo que os jogadores já não conseguem divisar o real do fictício, e não têm capacidade de raciocinar com coerência e perceber os verdadeiros efeitos da violência no mundo real.

E os pais? O que fazem quanto a isto? Vão deixando acontecer, crendo que jogos de videogame são apenas joguinhos inocentes. Quando os filhos começam a agir de forma diferente, estão apenas expressando sua liberdade, não podendo ter sua individualidade prejudicada pela “represssão” dos pais “caretas”. Afinal, os filhos precisam, para crescerem saudáveis, contar com o direito de serem eles próprios, e não um reflexo daquilo que os pais desejam, então, para que não venham, a ter problemas psicológicos mais tarde, não se pode interferir em sua liberdade, impedindo suas manifestações de “criatividade”. Ser diferente é algo necessário, pensam eles.

Somente quando os filhos, que já vinham dando sinais de alerta desde muito cedo, começam a furtar, roubar, aparecem drogados, alcoolizados, cometem crimes, são presos ou mortes, é que alguns pais percebem a besteira que fizeram. Muitos ficam perguntando onde foi que erraram, o que foi que aconteceu com seu filhinho querido, uma criança tão doce e meiga, que, de repente, se transformou em um bandido. Há os que, mesmo com o filho preso pela prática de crimes, se negam a enxergar o que está acontecendo, e não reconhecem a sua parcela de responsabilidade nos resultados colhidos agora.

Outros pais, embora tentem corrigir seus filhos, esbarram na lei, que acaba por dar uma proteção equivocada a crianças e adolescentes, impedindo que os pais imponham disciplina e castiguem atos de rebeldia, com isto, os pais se tornam reféns dos filhos. A psicologia diz que não se deve reprimir as manifestações das crianças, adolescentes e jovens, para não criar traumas. O Conselho Tutelar diz que os pais não podem disciplinar os filhos, senão podem ser presos por agressão e maus tratos. A mídia faz uma lavagem cerebral em crianças, adolescentes e jovens, vendendo a eles uma imagem totalmente distorcida da realidade e induzindo-os a crerem que a felicidade está em não se submeter a regras sociais. Os valores estão totalmente invertidos, e as crianças crescem expostas a essa inversão.

Em um mundo onde tudo está se tornando normal, anormal é alguém guardar valores éticos, morais e cristãos. Uma pessoa honesta é assunto para manchete de jornais. Um jovem virgem é motivo de chacota e muita humilhação entre os demais colegas. Homossexualismo é algo normal e não pode ser visto como um pecado, antes, é uma simples questão de opção sexual, sendo totalmente aceitável e, inclusive, praticável. Cigarro e bebida são marcas de status diante dos demais membros da sociedade da mesma faixa etária. Ausência de compromisso é sinal de liberdade e personalidade. Música boa é a que fala de bebedeira, de sexo, de baladas, com letras vazias e fúteis. Aliás, futilidade é uma das marcas da atual geração.

Amor é confundido com paixão e com lascívia. Os pais não conseguem demonstrar amor aos filhos. Os filhos, idem. O amor passou a consistir em presentes, pretextos de pais ausentes. A família está toda desestruturada, desvalorizada.

Um mundo assim assusta. Os casais pensam duas vezes antes de colocarem um filho neste mundo. As dificuldades para educação são crescentes. Os pais têm que competir com a mídia e sua influência, com a sociedade depravada, corrompida, com a falta de amor que impera no mundo.

Não adianta depositar nossas esperanças em políticos, em pretensos salvadores da pátria, pois nos altos escalões a situação não é nada diferente do que se vê por aqui, na esfera plebéia.

Somente em Deus é possível encontrar refúgio seguro. A saída é o retorno aos valores bíblicos colocados por Deus como base para uma humanidade mais justa, igualitária e equilibrada. As pessoas ignoram os preceitos de Deus, e não percebem que o quadro atual nada mais é do que o afastamento do caminho de Deus. Israel, nos tempos da Antiga Aliança, inúmeras vezes se afastou de Deus, procurando andar segundo suas próprias inclinações. Os resultados sempre foram desastrosos, e muitas vezes parecidos com o que vemos hoje. Sem Deus não há justiça. Sem Deus não há amor. Sem Deus não há senso de direção, nem de certo e de errado. Os valores de Deus são superiores aos nossos, e se os seguirmos certamente alcançaremos um nível superior em termos de justiça, educação, dignidade, ética, moral, respeito, enfim, em todas as áreas de nossas vidas, seja em particular ou em sociedade, haverá grande desenvolvimento de bons valores.

Mas, enquanto Deus for apenas alguém muito distante, e enquanto a Bíblia for somente mais um livro, não se espere mudanças para melhor.

“Esquadrinhemos os nossos caminhos, e provemo-los, e voltemos para o SENHOR. Levantemos os nossos corações com as mãos para Deus nos céus, dizendo: Nós transgredimos, e fomos rebeldes; por isso tu não perdoaste.” (Lamentações 3:40-42)

"VINDE, e tornemos ao SENHOR, porque ele despedaçou, e nos sarará; feriu, e nos atará a ferida." (Oséias 6 : 1)

"Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto." (Isaías 55 : 6)

Ainda há tempo. Em vez de achar graça do que está escrito acima, chore diante da calamidade instaurada no mundo, e procure mudar o seu caminho. Pare de inverter os valores. Deus ama você.

Leia o Salmo 18 e o Salmo 146, medite neles e mude de vida.

José Vicente
26/12/2009

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