segunda-feira, 11 de agosto de 2014

SEJA RESTAURADO POR JESUS


Texto base: Mateus 8.1-4

Jesus concluiu sua série de ensinamentos sobre as características de um cidadão do Reino de Deus, no chamado Sermão do Monte, e as multidões estavam maravilhadas com a doutrina por ele ministrada. Eles viram em Jesus um Mestre muito diferente, porque Suas palavras eram carregadas de amor, e havia sinceridade em seu modo de se dirigir às pessoas. Jesus atraia para si aquelas pessoas que eram rejeitadas ou que recebiam ensinamentos equivocados, e procurava mostrar-lhes o amor de Deus na prática.

Jesus era cativante, e as multidões queriam ouvir seus ensinamentos, embora nem todos estivessem dispostos a segui-lo de verdade.

Logo após descer do monte, Jesus se deparou com um homem diferente, um leproso que, vendo em Jesus a sua única chance de cura, foi até a sua presença rogar um milagre. Jesus, então, pôs em prática o que ensinara à grande multidão, ou seja, demonstrou amor e misericórdia, agindo em favor daquele homem.

Há muitas lições que podemos extrair dessa passagem, mas vamos destacar algumas.

1)      Quem era o leproso?
A Bíblia não apresenta a identidade do leproso, apenas fala sobre sua doença e sua atitude para obter a cura. Não é mencionado o seu nome, assim como não se diz quem eram seus pais, se tinha esposa ou filhos, enfim, nenhuma informação que dê uma pista sobre quem era aquele homem.
O que se sabe é que ele era uma pessoa comum, como eu e você. E ele tinha uma doença muito grave, pois naquela época a lepra não tinha cura. A medicina não estava evoluída como nos dias atuais. A lepra era uma doença que provocava a exclusão social do doente.
Com base nas informações bíblicas, inclusive considerando o contido no Livro do Levítico, podemos descobrir algumas coisas sobre aquele homem:

a)      Era um homem que vivia afastado de sua família: um leproso tinha que sair de sua casa e habitar em um local em que não houvesse contato com pessoas sadias, fora do arraial (da cidade). Não tinha como receber visitas dos entes queridos. Se houvesse dia dos pais naquela época, ele não poderia abraçar seu filho nem seu pai. Ele não podia participar dos almoços em família, usufruir de momentos de lazer com a esposa e filhos muito menos acompanhar o crescimento destes. Ele não teria o prazer de ensinar a Lei de Deus aos filhos, de instruí-los no caminho do Senhor.

b)      Era um homem que vivia afastado de seus amigos: sair com os amigos era algo impossível. Qualquer proximidade era proibida, para não haver contaminação. Ele só poderia conversar com os novos amigos, outros leprosos como ele, condenados à morte, porque a cura era praticamente impossível.

c)       Era um homem que vivia afastado da comunhão com Deus e com os irmãos: o leproso era considerado imundo, impuro, e não podia participar dos cultos a Deus com os demais irmãos na fé. Ele não podia oferecer sacrifícios ao Senhor, ante sua condição de imundo. Se alguém tocasse nele, também se tornaria impuro e teria que passar pelo ritual de purificação. Aquele homem não podia entrar na sinagoga, não podia ir ao Templo levar ofertas e sacrifício a Deus.

Era uma vida solitária, triste, e não era de admirar que pessoas assim talvez desejassem a morte, porque a vida perdia o sentido. Por causa de uma doença, ele se via privado de praticamente tudo na vida, e sofria continuamente.

Hoje, muitas pessoas se identificam com aquele leproso. Nem sempre por terem uma enfermidade grave como a dele, mas por viverem de alguma forma excluídas, rejeitadas. São pessoas que carregam traumas, que por causa de conflitos familiares vivem longe de seus pais, de filhos, de marido ou esposa. Por fraquezas, falhas e erros se veem desprezadas, abandonadas. Talvez carreguem mágoas que as impeçam de consertar suas vidas e seus relacionamentos.

Não importa qual seja o problema que tem feito você se sentir como um leproso, o fato é que existe uma solução: Jesus Cristo.

2)      É preciso nos achegar a Jesus da maneira correta
Todos podem buscar em Jesus a cura para seus relacionamentos, para suas feridas, suas doenças, uma saída para os motivos de seus sofrimentos, mas é necessário que tenhamos a atitude correta ao nos achegarmos ao Senhor.

a)      Fé: O leproso se aproximou de Jesus movido por sua fé. Ele quebrou as regras por causa de sua fé. Na verdade, ele não poderia chegar perto de Jesus ou de qualquer outra pessoa, mas ele viu ali a sua única possibilidade de cura, de restauração. A forma como o leproso se achegou a Jesus mostra uma fé firme. Ele cria que Jesus tinha o poder para curá-lo. Apesar de ter uma doença incurável, ele cria que Jesus podia fazer aquilo que aos homens era impossível.

b)      Adoração: o texto revela que o leproso, ao aproximar-se de Jesus, primeiro O adorou. As Escrituras ensinam que somente Deus é digno de adoração. Os judeus seguiam os ensinamentos das Sagradas Escrituras, e de maneira alguma prestariam adoração a outro que não o Deus Altíssimo. O leproso, porém, adora a Jesus, atitude esta que demonstra seu reconhecimento da divindade de Jesus, de que Ele era o Filho de Deus, o Messias prometido. Ele reconheceu o poder e a autoridade de Jesus, e a sua própria condição inferior diante do Mestre. Interessante notar que mesmo sofrendo muito, com uma doença terrível, ele adorou ao Senhor.

c)       Submissão: o leproso se apresentou diante de Jesus com uma humildade tocante e uma submissão à vontade do Senhor que os próprios israelitas não demonstravam. Ele disse: “Senhor, se quiseres, podes purificar-me”. Notem que ele manifestou a sua vontade a Jesus, mas sujeitando-a à vontade de Jesus. Ele não disse “quero que o Senhor me cure”, muito menos “será que o Senhor pode me curar?”. Também não falou “eu determino a cura no Seu Nome, Jesus”, nem tentou ao Senhor dizendo “se tens poder de fato, cura-me”. Pelo contrário, ele manifestou a certeza de que, se a vontade de Jesus fosse essa, poderia restaurar sua saúde plenamente.

Achegar-se diante de Jesus em busca de alívio, cura, orientação ou qualquer outra bênção requer atitude de adoração, com fé e submissão.

É necessário que, mesmo sofrendo, adoremos ao Senhor continuamente. Não devemos deixar que as dificuldades enfrentadas afetem nossa vida de adoração, pois adorar quando tudo vai bem é fácil, mas o grande desafio é continuar adorando quando estamos passando por situações difíceis, quando nada dá certo, quando a vida está muito complicada, quando o mundo está desmoronando sobre nossas cabeças.

É essencial que creiamos no Seu poder, mas que tenhamos a humildade de reconhecer que a palavra final é de Jesus, e Ele vai fazer aquilo que Ele considerar melhor.

Em momento algum podemos tentar impor a nossa vontade. Também não podemos achar que Jesus existe para fazer o que desejamos. É essencial que apresentemos a Ele nossa petição com humildade, submetendo-nos à Sua vontade. Devemos lembrar que somos apenas seres humanos, limitados e frágeis, e que Jesus tem o Poder sobre tudo e sobre todos.

3)      Jesus responde com amor e misericórdia
Ao ver a atitude do leproso, Jesus se compadeceu dele e prontamente se dispôs a livrá-lo da doença. Jesus tocou no leproso, e ele ficou limpo.

De acordo com a Lei, Jesus não poderia tocar no homem leproso, pois se tornaria impuro, entretanto, Jesus o tocou e o purificou, e não se contaminou. Jesus lhe concedeu alívio de todo o sofrimento que ele experimentava. Jesus restaurou sua vida, seus relacionamentos. A partir daquele momento, o homem que fora leproso estava limpo, e deveria tão somente cumprir as exigências da Lei, apresentando-se ao sacerdote e passando pelo ritual previsto, para, então, retornar ao convívio com sua família, com os amigos e toda a sociedade.

Jesus devolveu àquele homem a dignidade, devolveu-lhe a alegria de viver. Ele poderia, curado, abraçar de novo seus familiares, ir ao Templo fazer ofertas e sacrifícios ao Senhor, reunir-se com os amigos, trabalhar, passear, enfim, ele voltou a ter uma vida normal. Ele pode voltar a sonhar, a ter esperanças de um futuro melhor. Aqueles sonhos que talvez tivessem sido enterrados, agora se fortaleceram em seu coração.

A disposição de Jesus diante de uma pessoa que tem fé e humildade é de acolhimento, de misericórdia. Como diz o Salmo 51, versículo 17: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.”

O desejo do Senhor é nos livrar daquilo que nos aflige, que nos causa danos. Ele deseja nos dar uma vida plena, e não nos ver afundados em tristeza e sofrimentos. Quando nos colocamos diante de Jesus com fé e humildade, adorando-o como o Senhor de nossa vida, Ele nos olha com amor e compaixão, e estende Sua mão para tocar em nós, em nossa vida. Seu desejo é nos limpar de nossos pecados, de nossas mazelas e enfermidades. Ele quer restaurar nossos relacionamentos.

Jesus deseja que os vínculos familiares rompidos sejam restaurados. Que as amizades perdidas voltem a se firmar. Ele quer curar nossas feridas, arrancar raízes de amargura que possam estar nos impedindo de amar e ser amados, perdoar e ser perdoados. Por mais grave que seja o problema que nos aflige, para Jesus não há impossíveis e Ele quer agir em nosso favor.

Nem sempre Jesus vai fazer exatamente o que estamos esperando que Ele faça, e por isto é importante que, assim como o leproso, nos submetamos à Sua vontade, porque Ele sabe o que é melhor para cada um de nós, e conhece o momento adequado para entrar com Sua providência. A hora de Jesus não é a nossa, e nunca há atraso em sua atuação.

CONCLUSÃO
Jesus, hoje, continua o mesmo dos tempos bíblicos. Sua disposição em abençoar àqueles que O procuram com fé e humildade, com atitude de adoração constante, é infinita, não há limite para o que Jesus pode fazer.
Mas o principal desejo de Jesus não é o de curar apenas males físicos, psicológicos ou reatar laços rompidos entre os seres humanos. O que Jesus almeja é nos purificar da maior lepra que pode atingir o ser humano: o pecado.

A Bíblia comumente nos apresenta a lepra como uma simbologia do pecado, porque o pecado produz nos seres humanos os mesmos efeitos dessa doença: quebra a comunhão com Deus, com os irmãos, com os amigos e com os familiares. Uma vida de pecado leva à exclusão, ao isolamento. Alguém mergulhado no pecado só consegue se relacionar com outros em igual situação, e a cada dia seu estado fica pior.

Jesus, por meio de sua morte, ofereceu-se como sacrifício perfeito para nos purificar de nossos pecados. E com Sua ressurreição Ele selou nossa redenção, nosso acesso à vida eterna. Quem se achega a Jesus desejoso de obter a salvação, recebe dEle a purificação, o perdão dos pecados. Ele nos limpa da lepra espiritual que é o pecado, e nos reconcilia com Deus.

Quem se achega a Jesus com o coração quebrantado, não será rejeitado. Busquemos ao Senhor de todo o coração, com humildade, fé e constante adoração, e Ele nos purificará de nossos pecados, agirá em nossas imperfeições e nos santificará continuamente, para que sejamos agradáveis aos olhos do Pai.

“Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios. Ele é o que perdoa todas as tuas iniquidades, que sara todas as tuas enfermidades, que redime a tua vida da perdição; que te coroa de benignidade e de misericórdia.” Salmos 103:2-4

“Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.” (Jo 6.37)

Que o Altíssimo nos dê coração humilde e disposto a buscar ao Senhor todos os dias de nossa vida, propiciando-nos a cura das feridas interiores, da alma e do corpo.

José Vicente
10.08.2014

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