“Agora,
pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é
o amor.” (1Cor 13.13)
Estamos finalizando
mais um ano, e neste momento costumamos falar sobre nossas expectativas para o
ano que irá se iniciar. Desejamos uns aos outros um feliz ano novo, proferimos
palavras de bênçãos sobre o próximo, pedimos a Deus que nos conceda um capítulo
mais alegre e próspero para a nossa vida, de nossos familiares, amigos e
pessoas com quem nos relacionamos.
Há quem cultive no
coração várias superstições, tais como usar roupas de determinada cor no
momento da virada do ano, colocar algo na carteira para atrair dinheiro, dar
pulinhos sobre as ondas no mar, enfim, existem muitos tipos de pensamentos que
são disseminados inclusive entre cristãos, e são repetidos todos os anos, em um
ritual que, mesmo se mostrando inócuo, segue se fortalecendo no meio do povo.
Para nós, cristãos,
porém, este é o momento de olharmos para trás com gratidão, rendendo graças a
Deus pelo ano que Ele nos permitiu viver, mesmo que tenhamos enfrentado lutas,
desafios e grandes provações ao longo do ano, pois em todos os momentos sabemos
que o Altíssimo nos sustentou e nos fortaleceu, ensinando-nos novas lições para
o nosso crescimento.
Neste momento, cabe-nos
clamar a Deus para que, no ano que se inicia, Ele nos capacite para sermos
pessoas melhores, para que cresçamos um pouco mais em santidade e sejamos
aperfeiçoados, de forma que nossos pontos negativos diminuam mais e mais até
desaparecerem, aumentando aquilo que em nós há de bom.
No texto que lemos,
Paulo fala de três elementos que devem estar sempre presentes na vida do
cristão, sendo que um deles recebe um destaque especial.
Ao finalizarmos mais um
ano e iniciarmos outro, devemos ter em mente a vontade de sermos fortalecidos
por Deus para que possamos dar frutos e impactar o mundo em que vivemos, e para
isso, esses três elementos devem ser priorizados:
1.
FÉ
O primeiro elemento
mencionado por Paulo é a fé. E não é por menos, afinal, a fé é essencial em
tudo na vida do cristão.
A nossa salvação vem
pela graça mediante a fé (Ef 2.8).
É impossível agradar a
Deus sem fé (Hb 11.6).
Pela fé herdamos as
promessas de Deus (Hb 6.12).
Pela fé somos
abençoados com Abraão (Gl 3.9).
Pela fé vencemos o mundo
e suas tentações (1Jo 5.4).
A fé nos permite ter
acesso ao Pai por meio do Filho (Ef 3.12). E muitas outras coisas.
Sem dúvida, a fé nos
permite olhar para trás e ver que a mão de Deus nos conduziu até este momento,
e mesmo quando tudo parecia muito difícil ou quase impossível, o SENHOR estava
conosco.
A fé nos leva a ter
consciência de que Deus está no controle de todas as coisas, e nada acontece
sem a permissão dEle, e que se houve momentos duros e de sofrimento, também
nisto Deus estava presente e agiu em nosso favor, para que crescêssemos um
pouco mais.
A fé também nos conduz
à convicção de que muitas coisas aconteceram em nossas vidas porque nós, em
algum momento, agimos de maneira irrefletida ou tomamos decisões sem antes
consultar ao SENHOR. Talvez tenhamos sido desobedientes, mas é a fé que vai nos
dar a certeza de que Deus sempre cuidou de nós, mesmo quando fomos rebeldes.
Precisamos clamar a
Deus que nos fortalece a fé, de maneira que no ano vindouro caminhemos com
muito mais firmeza, convictos de que a Palavra de Deus deve ser vivida dia a
dia, e não deve permanecer apenas em nosso cérebro armazenada como mera
informação.
Que Deus nos dê uma fé
capaz de suportar os mais duros embates e permanecer inabalável; uma fé que não
nos permita vacilar na caminhada cristã, mas seguir em frente com coragem e
intrepidez; uma fé que nos capacite a vencer o medo de desagradar às pessoas,
devendo sempre nos lembrar que fomos chamados para fazer a vontade de Deus, e
não para agradar a homens (Ef 6.6).
Para o ano que se
inicia, devemos pedir a Deus uma fé que nos impulsione para cada vez mais perto
do Altíssimo, e nos dê condições de resistir às influências deste mundo caído,
não cedendo à tentação de abarcar o hedonismo que se prolifera, mas nos mantermos
firmes na Palavra e na direção do Espírito Santo.
2.
ESPERANÇA
O segundo elemento que
Paulo cita na passagem é a esperança.
É interessante notar
que a esperança está intimamente relacionada com a fé, afinal, sem fé não há
esperança. A definição de fé que o livro de Hebreus nos traz é a seguinte: “Ora, a fé é a certeza de coisas que se
esperam, a convicção de fatos que se não veem” (Hb 11.1).
Se a fé é a certeza de
coisas que se esperam, então a fé carrega em si a esperança. Ambas estão unidas
e caminham juntas.
De acordo com o que
vemos nessa época, as pessoas veem o findar de um ano e o iniciar de outro como
uma renovação das esperanças. Geralmente é a esperança de que o ano será melhor
do que o que passou, de que a vida financeira vai melhorar, de que a saúde vai
se fortalecer, de que os políticos vão ser honestos e a corrupção vai acabar,
enfim, há todo tipo de esperança que se renova.
Porém, há também
pessoas que vão terminar um ano e começar outro sem nenhuma esperança no
coração. São pessoas que, por alguma razão, não conseguem ter expectativas de
uma vida melhor, não veem um amanhã colorido, não vislubram uma luz no fim do
túnel, sentem que não existe qualquer possibilidade de melhora.
Ao findarmos um ano e
iniciarmos um novo, devemos clamar a Deus que renove em nosso coração a
esperança de dias melhores. Que Ele conduza nosso olhar para a Sua misericórdia
e o Seu poder, e não para as muitas circunstâncias negativas que existem nesta
vida.
É claro que, se
fizermos como os dez espias e todo o povo de Israel à entrada de Canaã,
enxergando apenas os gigantes e as dificuldades, qualquer esperança de vitória
restará despedaçada, por isso cumpre-nos agir como Josué e Calebe, que, mesmo
diante de enormes obstáculos, fixaram seus olhos nas promessas do Altíssimo e
viram em seu coração a esperança brotar e ser fortalecida, tanto que eles
entraram em Canaã, mas os demais, não.
A esperança, unida à
fé, nos leva a crer que Deus tem coisas grandiosas preparadas para os que nEle
creem, e que mesmo em meio a grandes tempestades, o criador do Universo estará
conosco e não deixará que naufraguemos.
Sim, é necessário
renovar nossa esperança no SENHOR. Quem espera em Deus não se decepciona, pois
não tem sua visão voltada a coisas deste mundo, mas está firmado naquele que
tudo criou e que tudo pode.
Mas essa esperança não
significa apenas aguardar sem fazer nada, pelo contrário, a verdadeira
esperança nos conduz à ação necessária para que as coisas aconteçam. De nada
adianta ter a esperança de cursar uma faculdade se não houve empenho nos
estudos. Qual o valor de ter esperança de uma vida espiritual mais fervorosa,
se não há disposição em ler a Bíblia, orar, participar da vida da Igreja e
praticar a Palavra?
Assim como aquela
geração de israelitas não entrou em Canaã porque não fez o que tinha que fazer,
que era confiar em Deus e avançar, também hoje muitas pessoas não alcançam o
que desejam porque não tomam as atitudes necessárias, mas apenas criam uma
expectativa e esperam que ela se cumpra sem qualquer esforço de sua parte.
Esperança é o ato de
crer que acontecerá, e fazer a nossa parte para isso, sempre sob a direção do
Espírito Santo.
Devemos, ainda, lembrar
que nossa maior esperança não se refere às coisas terrenas, embora Deus nos abençoe
nesta vida e nos faça prosperar, mas a grande esperança que temos, o que
esperamos com a certeza de que já obtivemos, é a vida eterna que foi
conquistada para nós por Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador.
Nós sabemos que, caso
venhamos a deixar este mundo, nada estará terminado, pelo contrário, teremos
garantida uma nova vida com nosso Rei Jesus.
Este é a esperança que
muitas pessoas não conhecem, e por isso vivem infelizes, buscando contentamento
apenas nas coisas materiais. O cristão sabe que, muito mais importante do que
qualquer conquista desta vida, é o Reino de Deus, que nos está preparado deste
a eternidade pelo Pai e pelo qual temos acesso por Cristo.
Que Deus renove em
nosso coração a esperança de dias melhores, e principalmente a esperança da
vida eterna.
3.
AMOR
Paulo conclui o versículo
dizendo que, dos três elementos vitais na vida do cristão, o maior é o amor.
Esse desfecho está em
conformidade com tudo o que ele escreveu no capítulo 13, pois o apóstolo
afirmou que sem amor, mesmo a fé não tem valor algum.
E por que o amor é tão
importante, ao ponto de Paulo afirmar que ele é maior do que a fé e a
esperança? Primeiro, porque a fé e a esperança são necessárias nesta vida, enquanto
aguardamos a entrada na Vida Eterna, que nos foi assegurada por Cristo, mas, quando
lá estivermos, não precisaremos mais ter fé nem esperança, pois veremos face a face
o cumprimento de tudo quanto foi prometido pelo Altíssimo.
Não é necessário ter fé e esperança
quando tudo já está concretizado.
E, segundo, porque o
amor é a essência de Deus, conforme nos diz João em 1Jo 4.16, segunda parte: “Deus
é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele”.
Tudo o que Deus fez,
desde a criação do mundo até o sacrifício de Seu Filho na cruz, foi por amor. E
tudo o que o Filho fez, sendo o agente da criação e o Cordeiro da nossa
redenção, também foi por amor. E a ação do Espírito Santo nos vivificando,
regenerando, santificando e selando para a vida eterna, ocorre por amor.
As disciplinas que Deus
nos impõe quando erramos são demonstração do Seu amor por nós, pois quer nossa
correção. Deus age em nosso favor, perdoa nossos pecados, renova Sua
misericórdia a cada manhã, por amor.
O amor está na raiz de
tudo o que Deus faz. E o amor deve ser a principal razão pela qual tememos e
obedecemos a Deus.
Quando amamos, ficamos
mais parecidos com Jesus. Quando cultivamos ódio, inveja ou qualquer sentimento
negativo em relação à pessoas, não demonstramos a presença do Espírito Santo em
nós.
Como disse João, quem
permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele. O amor é a linguagem de
Deus. Oração sem amor não chega a Deus. Caridade sem amor não toca o coração de
Deus. Religião sem amor é nada aos olhos de Deus.
Portanto, para o ano
que se inicia, devemos pedir que Deus faça transbordar em nosso coração o amor
que Ele mesmo nos dá, a fim de que amemos ao nosso próximo, vivamos fazendo o
bem, sem permitir que em nós haja espaço para ódio, amargura, discussões
inúteis, discórdias, inimizades, e tudo o que possa ferir e afastar as pessoas,
comprometendo a unidade do Corpo de Cristo, que é a Igreja.
Que o nosso olhar seja
carregado de amor, assim julgaremos menos e ajudaremos mais. Que sejamos
acolhedores como Cristo foi e é, pois nos acolheu com profundo amor. Que nossas
ações sejam motivadas unicamente pelo amor, e jamais por interesses egoístas.
Que o Espírito Santo
nos faça lembrar que, sem amor, não adianta ir à Igreja, cantar louvores, fazer
belas orações, pois nada disso impressiona a Deus, pelo contrário, ele conhece
nosso coração e sabe quais são as nossas motivações.
Que no novo ano, falemos
a linguagem de Deus, amando ao próximo como a nós mesmos, de maneira que não
façamos jamais a alguém aquilo que não queremos para nós, e procuremos sempre
fazer o que nós gostaríamos que fosse feito por nós.
Isso nos fará sermos
mais humanos. Isso nos fará sermos mais parecidos com Jesus. E isso nos fará
termos um ano novo muito abençoador e, consequentemente, abençoado.
CONCLUSÃO
Irmãos, ao contrário da
grande massa popular que desconhece a Deus e ao Seu Filho Jesus Cristo,
aproveitemos essa virada de ano para agradecer a Deus por tudo o que vivemos
até aqui, e clamar que Ele nos conceda, para o próximo ano, fortalecimento da
fé, da esperança e, principalmente, uma vida de amor, como Jesus nos ensinou
durante o período em que viveu nesta terra como homem, e como o Pai vem nos
ensinando desde que criou o mundo.
Que dediquemos nossa
vida a fazer o bem, a viver a Palavra de Deus com integridade e firmeza, a
valorizar os ensinamentos recebidos de Deus em todas as circunstâncias e a
procurar o Reino de Deus acima de tudo, crescendo na prática das obras que Deus
de antemão preparou para que nelas andássemos (Ef 2.10).
Feliz Ano Novo a todos,
sob a infinita misericórdia e Graça de Deus.
“O SENHOR te guardará
de todo mal; guardará a tua alma. O SENHOR guardará a tua saída e a tua
entrada, desde agora e para sempre.” (Salmo 121.7-8)
José Vicente
31.12.2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário