Texto base: Mateus 2.1-12
A passagem lida nos mostra que,
após o nascimento de Jesus, alguns magos do oriente viram uma estrela no céu, e
que ela indicava o nascimento do Rei dos Judeus. Assim, eles procuravam a
criança para poderem lhe prestar adoração.
Analisando a passagem podemos
encontrar três grupos de pessoas que existiam não apenas naquele tempo, mas
ainda hoje estão presentes neste mundo.
1)
Os
que têm medo de Jesus (vv. 3; 16)
Herodes era o rei da Judéia
naquela ocasião. Ele ostentava o título de rei dos judeus. Assim que os magos
chegaram falando sobre o nascimento do Rei dos judeus, Herodes ficou alarmado.
Ele fingiu que desejava adorar também ao menino recém-nascido, mas na verdade
sua intenção era matar a criança.
Herodes foi tomado de medo. Ele
tinha medo de perder seu trono, seu poder, sua influência, seu prestígio, sua
posição social, suas riquezas. Ao ouvir falar sobre o nascimento do Rei dos
judeus, ele se apavorou com a possibilidade de ser substituído no trono, e
tramou a morte da criança.
Assim como Herodes, hoje há
muitas pessoas que têm medo de Jesus. Elas não assumem isto, obviamente. Quando
ouvem falar de Jesus, quando alguém procura levar o Evangelho até elas,
inicialmente podem até se mostrar simpáticas, como fez Herodes, ou já reagem
com agressividade, rejeitando a pregação e as Boas Novas.
São pessoas que estão apegadas a
este mundo, aos bens, aos pecados, à sua condição atual, e temem perder tudo
isso caso se envolvam com “esse Jesus” que lhes é apresentado. São pessoas que
têm medo de perder sua liberdade, de ter que abrir mão de privilégios, de ter
que reconhecer que são pecadoras.
Essas pessoas têm medo de se
verem como realmente são: frágeis, pecadoras, falhas. Jesus representa uma
ameaça à sua falsa segurança, e elas O rejeitam.
Algumas dessas pessoas são
capazes de reagir com muita agressividade quando o assunto é Cristo. Nos países
onde a Igreja de Cristo é perseguida essa realidade é vivida por muitos de
nossos irmãos, que são vítimas de líderes que temem perder sua autoridade, seu
poder sobre as pessoas, sua posição social.
2)
Os
que se auto-enganam (v.4)
O segundo grupo é formado pelos
que se auto-enganam. Estes são aqueles que, por serem religiosos ou por terem
conhecimento das Escrituras, julgam que estão muito bem com Deus e nada lhes
falta.
Os sacerdotes e escribas
representam esse grupo. Vemos que Herodes os chamou, porque eles eram doutores
da Lei de Deus, e lhes perguntou onde deveria nascer o Messias. Esses homens se
limitaram a informar a Herodes o que constava nas profecias, mas não tiveram
nenhuma atitude no sentido de irem confirmar o nascimento do Rei dos Judeus.
Eles se mostraram indiferentes,
como se fosse um evento que não tivesse importância, como se não acreditassem
no que havia sido dito.
Não se pode dizer que eles não
sabiam do fato, porque no versículo 3 é dito que Herodes e toda a Jerusalém
ficaram alarmados com a notícia, portanto, residindo os sacerdotes e escribas
em Jerusalém, obviamente souberam da novidade.
Mas eles permaneceram inertes. Os
quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) vão nos revelar que esses
homens se julgavam justificados por suas obras, por seu conhecimento das
Escrituras, por serem cumpridores da Lei. Desta forma, eles não reconheciam sua
necessidade de um Salvador.
Eles, alguns anos mais tarde, se
tornaram grandes opositores de Jesus, e por fim tiveram grande responsabilidade
por sua morte na cruz.
Nos dias atuais há muitas pessoas
que continuam se auto-enganando por causa da religiosidade. Acham que por
cumprirem rituais religiosos, por irem à Igreja rotineiramente, por fazerem
orações bonitas em público, por pertencerem a alguma denominação evangélica
estão muito bem com Deus.
Elas conhecem Jesus pela leitura
bíblica, mas não estabeleceram um relacionamento verdadeiro com Ele. Sua
comunhão com Cristo é frágil. Sua vida cristã é limitada aos aspectos
exteriores de religiosidade. Pensam que estão com crédito junto ao Altíssimo,
mas na verdade estão em débito.
3)
Os
que adoram ao Senhor (v. 11)
Os magos não eram judeus, não
pertenciam ao povo de Deus, eram gentios. Mas quando souberam do nascimento do
Rei dos Judeus, imediatamente se deslocaram de suas residências, em lugares
distantes, para prestar adoração ao menino.
Eles não levam em conta sua
própria situação de riqueza e seus privilégios, mas a notícia do nascimento do
Rei dos Judeus lhes tocou o coração e eles se alegraram, apressando-se em ir
adorar ao Salvador.
Seus presentes mostram o que
Jesus representava e representa. O ouro apontava a realeza de Jesus. Naquela
época o ouro era um bem extremamente valioso, assim como é hoje, e esse tipo de
presente era dado a reis, não a qualquer pessoa. O incenso era um presente que
se dava para um sacerdote. Com isto, está dito na atitude dos magos que Jesus é
o nosso Sumo Sacerdote, e que o Seu sacrifício único e eficaz subiria a Deus
Pai com aroma agradável, como o incenso queimado nas ofertas de sacrifício. A
mirra apontava Jesus como o Salvador. Era uma substância utilizada no
embalsamamento de corpos, simbolizando que Cristo haveria de morrer por nós, e
também tinha propriedades medicinais, curava ferimentos e dores, mostrando que
Cristo levaria sobre si nossas dores, nossas enfermidades, e traria refrigério
aos aflitos.
Há pessoas que quando ouvem as
Boas Novas sobre Jesus imediatamente se rendem a Ele e o adoram. Não adianta
vida religiosa. É necessário vida de adoração ao Senhor. Temos que oferecer ao
Senhor o que temos de melhor. Reconhecer que Ele é o nosso Rei, nosso Sumo
Sacerdote e Aquele que morreu em nosso lugar, para que fôssemos libertados da
morte e do pecado.
Temos que oferecer nossas vidas a
Cristo, nossa dedicação integral, nossa confiança, nosso ser.
Conclusão
A Palavra de Deus nos admoesta a
que não estejamos no grupo dos que têm medo de Jesus nem no grupo dos que se
autoenganam, mas que façamos parte do rol dos verdadeiros adoradores, que se
prostram diante de Cristo e entregam suas vidas a Ele, que não se iludem com
religiosidade mas mergulham num relacionamento verdadeiro com o Senhor.
Os magos eram pessoas de quem não
se esperava adoração a Jesus, pois eram gentios, não faziam parte de Israel,
mas foram eles, e não os sacerdotes judeus, que foram até Jesus e O
reconheceram como Rei, Sumo Sacerdote e Salvador, rendendo-lhe adoração.
É isso que Nosso Senhor espera
também de nós.
Vivamos para honra e glória do
Altíssimo, hoje e sempre.
José Vicente
30.12.2012
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