TEXTO BASE: LUCAS 1.39-56
Hoje
é Dia das Mães. Não que os outros dias não sejam, pois todos os dias devemos
manifestar nosso amor e gratidão a essas mulheres valorosas. Entretanto, este
dia foi separada para, de uma forma especial, prestarmos homenagem a quem
recebeu de Deus o dom de gerar vida.
Quando
Deus criou a mulher e lhe concedeu a capacidade de ser mãe, Ele provavelmente
pretendia que os seres humanos tivessem, de maneira palpável, um exemplo mais
próximo possível de alguns atributos de Deus.
Assim
é que as mães nutrem por seus filhos um amor incondicional, que se parece um
pouco com o amor de Deus por nós, visto que Ele nos ama de forma inexplicável.
O amor de Deus transcende a tudo que se
possa imaginar.
As
mães são pródigas em perdoar. Por maiores que sejam as ofensas feitas pelos
filhos, elas sempre estão dispostas a lhes estender a mão e abraçá-los. Esta
virtude vem de Deus, pois Ele é o exemplo de capacidade para perdoar. O
Altíssimo perdoa as ofensas feitas por Seus filhos, e não lhes imputa o pecado,
lançando no esquecimento as nossas faltas (Hb.
8.12), pois em Cristo se consumou a reconciliação.
Deus
nos ensina a renunciar a nós mesmos, assim como Ele próprio faz, abrindo mão da
Glória para vir ao mundo como ser humano para que o plano de redenção fosse
concretizado, trazendo-nos vida. Seguindo o exemplo de Deus, as mães são
capazes de renunciar a si mesmas em favor de seus filhos, abrem mão de sonhos e
de projetos para cuidar dos filhos. Elas se doam com abnegação, com amor.
Enfim,
se analisarmos todas as características que as mães demonstram, constataremos
que são atributos vindos de Deus, que se coloca como o exemplo supremo a ser
seguido.
O
texto que lemos trata de duas mães que tiveram grande importância na história
do povo de Deus e da humanidade, pois elas geraram filhos que transformaram o
mundo. Isabel foi a mãe de João Batista, de quem Jesus falou: “entre
os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista” (Mt. 11.11). João foi o profeta que preparou o
caminho para a chegada do Messias.
Maria
foi a mãe de Jesus, o Filho de Deus, Aquele que veio para dar Sua vida em nosso
favor e nos abrir as portas do Reino do Céu. Ela foi o instrumento de Deus para
trazer ao mundo o nosso Salvador, cumprindo as profecias transmitidas por meio
dos profetas.
Ambas
foram mulheres consagradas a Deus, tementes e obedientes ao Altíssimo. Eram
mulheres de oração, de fé e praticantes da Palavra de Deus.
Com
Isabel e Maria, a exemplo de outras mulheres que se destacaram na história do
povo de Deus, aprendemos lições importantes, dentre as quais analisaremos
algumas.
1)
Reconhecimento
do poder de Deus sobre a vida
Isabel
e Maria eram parentas, mas ambas se encontravam em situações distintas. Isabel
era idosa e estéril. Era casada com Zacarias e não tinham filhos.
Maria
era uma jovem virgem, que se encontrava noiva de José. Não sendo ainda casada,
não poderia ter filhos antes da consumação do matrimônio.
Isabel
e Zacarias oravam clamando a Deus um filho, todavia, como já eram idosos, não
era de se esperar que viessem a ser pais. Maria era temente a Deus, e
certamente sonhava em constituir família com José e ser mãe de filhos.
Deus
mostrou, por meio de Sua ação na vida das duas mulheres, que Ele tem o poder
sobre a vida, e não existe nada impossível quando Ele age para cumprir a Sua
vontade.
Ele
fez com que Isabel concebesse em idade avançada, causando perplexidade tanto à
família como à sociedade, pois Isabel se sentia humilhada pelo fato de não ter
filhos.
Deus
também fez com que Maria, sendo virgem, concebesse e se achasse grávida de um
filho, fato humanamente impossível, pois ela não teve contato sexual com homem
algum.
Agindo
desta forma, Deus mais uma vez mostrou que pode dar vida a quem quiser e quando
quiser. Que Ele tem o poder sobre a existência do ser humano, e que a concepção
de um filho é um milagre que deve levar as pessoas a reconhecerem a Sua
autoridade.
Isabel
e Maria tinham essa convicção, pois sabiam que não tinham como conceber na
situação em que se encontravam, e que somente por ação sobrenatural de Deus é
que foi possível que se tornassem mães.
No
passado, Deus agiu da mesma forma com relação a Sara, Raquel, Ana, que eram
estéreis e sofriam por não terem filhos, numa época em que isto não apenas
representava um motivo de tristeza pessoal, mas também as expunha à humilhação
pública, pois a sociedade via tais mulheres como árvores secas, e eram tratadas
com desdém por mulheres que tinham a capacidade de conceber.
Nos
dias atuais, a gravidez de uma mulher já não é vista como um milagre de Deus
por uma grande quantidade de pessoas. Até mesmo algumas grávidas olham para a
gravidez como se fosse uma coisa simples e sem tanta importância. Há quem veja
a concepção de um filho como uma bênção, mas também existem muitos que desprezam
esse acontecimento, que não o veem como especial, mas uma ocorrência
corriqueira.
Justamente
pela falta de reconhecimento de que a vida é um dom de Deus, e que a concepção
de um filho é um milagre, há tantos defensores do aborto. Tratam o feto como se
fosse uma propriedade da mãe e como se ela pudesse dispor dele conforme sua
vontade, não levando em conta que aquela vida veio de Deus e a Ele pertence.
O
Livro de Gênesis nos relata a criação do mundo, a origem da vida. Ali é relatado
como Deus criou a vida, e também como Ele concedeu à mulher o dom de gerar vida
dentro de seu ventre.
O
mundo, porém, ignora os desígnios de Deus e a Sua Palavra, e não consegue
enxergar o milagre que é a concepção de uma criança, e por isto a gravidez de
uma mulher é, muitas vezes, tratada como algo sem valor, descartável, sujeito
às vontades deficientes do ser humano caído.
Mães
como Isabel e Maria nos servem como exemplo do reconhecimento do poder de Deus
sobre a vida. Elas valorizaram o presente recebido e deram o melhor de si para
cuidar dos filhos que lhes foram enviados por Deus. Elas não viram a gravidez
como algo banal, mas como uma verdadeira dádiva do Altíssimo.
Precisamos
aprender com Isabel e Maria a valorizar o milagre da vida que Deus realiza por
meio das mães. É tempo de entender que um filho é um presente enviado por Deus,
e deve ser recebido com alegria e amor, além de ser criado em um ambiente de
harmonia, ensinado nos caminhos do Senhor.
2)
Fé no
cumprimento da Palavra de Deus
As histórias de vida de Isabel e Maria ensinam que devemos
sempre ter fé no cumprimento da Palavra de Deus.
Quando
Maria, grávida de Jesus, foi visitar Isabel, grávida de João Batista, esta lhe
falou: “Bem aventurada a que creu,
porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor.” (v.
45)
A fé
sempre foi um elemento presente na vida dessas servas de Deus, assim como na
vida de Sara, de Raquel, de Ana e outras mulheres que receberam do Altíssimo o
dom de gerar filhos.
Não
se trata simplesmente de acreditar em algo abstrato, que pode ou não acontecer,
mas de crer que Deus, sendo soberano sobre a vida, cumpre a Sua Palavra e
abençoa com filhos aos que O temem.
O
autor do Salmo 113 expressou essa verdade ao falar sobre o poder de Deus,
afirmando que Ele “faz com que a mulher estéril viva em família e seja alegre mãe de
filhos” (Sl 113.9).
Também
o Salmo 128, ao falar das bem-aventuranças de quem teme ao Senhor, afirma que a
“esposa
no interior de tua casa, será como a videira frutífera; teus filhos, como
rebentos da oliveira, à roda da tua mesa” (Sl 128.3).
Isabel,
embora estéril, esperava no Senhor, visto que a Bíblia nos narra que ela e
Zacarias oravam a Deus pedindo um filho, pois quando o anjo se apresentou
diante de Zacarias disse-lhe: “a tua oração foi ouvida” (Lc. 1.13).
Com
certeza Maria também orava pedindo que Deus abençoasse sua futura união e lhe
concedesse filhos, pois isso era interpretado como um sinal da bênção de Deus
sobre o casal.
Outros
personagens bíblicos ouviram do Senhor a promessa da concepção, e creram na
Palavra ouvida. A esposa de Manoá, que era estéril, recebeu o Anjo do Senhor e
este lhe falou que ela teria um filho, e que ele seria consagrado a Deus. Ela
creu na Palavra que o Anjo lhe trouxera, transmitiu a notícia ao marido e no
tempo anunciado nasceu seu filho, Sansão.
Outro
exemplo bíblico de mulher que manifestou fé na Palavra de Deus é apresentado em
Hebreus, que assim fala sobre Sara:
“Pela
fé, também, a própria Sara recebeu poder para ser mãe, não obstante o avançado
de sua idade, pois teve por fiel aquele que lhe havia feito a promessa.”
(Hb. 11.11)
A fé
é o elemento essencial no nosso relacionamento com Deus. Se não cremos em Sua
Palavra, consequentemente não cremos no próprio Deus, e deixamos de
experimentar as bênçãos que Ele tem reservado para os que O temem.
Essas
mulheres nos ensinam que sempre, independentemente das circunstâncias, é
necessário confiar em Deus e esperar nEle, pois nunca são frustradas as suas
promessas, Ele é fiel para cumprir Sua Palavra.
Os textos
que citamos dizem respeito à concepção de filhos por mulheres em situações de
impossibilidade, mas podemos ter a certeza de que a fé é essencial em todas as
circunstâncias da vida, pois as promessas que Deus faz em Sua Palavra dizem
respeito às várias áreas de nossa existência (profissional, familiar,
financeiro, de saúde, etc.).
Jesus
disse que “tudo é possível ao que crê” (Mc. 9.23), pois Deus responde a essa fé.
Isabel,
Maria, Sara, Ana e outras mães da Bíblia devem nos servir de exemplo para que
cultivemos uma fé autêntica em Deus e na Sua Palavra.
3)
Gratidão
e louvor a Deus
Reconhecendo
o milagre que Deus operara em suas vidas, Isabel e Maria alegraram-se e louvaram
a Deus com suas palavras e com suas vidas. Maria, agraciada com a capacidade de
ser a mãe do Salvador, entoou um cântico a Deus, por meio do qual manifestou
sua gratidão e Deus e O louvou com júbilo.
O cântico
de Maria começa com a expressão: “a minha alma engrandece ao Senhor; e o meu
espírito se alegrou em Deus, meu Salvador” (Lc. 1.46-47).
Essas
mulheres receberam de Deus um milagre, e não o trataram como um acontecimento
qualquer, pelo contrário, elas se renderam ao Senhor e lhe dedicaram louvor e
honra, em uma clara demonstração do entendimento que tinham do quão importante
era o que Deus fizera.
Imagine
como Isabel, idosa e estéril, deve ter se sentido ao ver-se grávida! Como seu
coração transbordou de alegria, como seu sorriso deve ter sido bonito e quanta
gratidão ela sentiu para com Deus, o Autor da Vida.
E Maria,
sendo escolhida para gerar o Salvador, dentre outras mulheres, como se sentiu
agraciada e feliz por poder ser um instrumento para a concretização da vontade
de Deus!
A alegria e
a gratidão devem permear nossas vidas, pois constantemente estamos recebendo do
Altíssimo o milagre da vida. Nós acordamos todos os dias para iniciar uma nova
jornada. Temos nossa família, o trabalho, o sustento diário, livramentos que
nem chegamos a ter conhecimento, e em tudo isso é necessário que sejamos gratos
a Deus e louvemos ao Seu Nome, porque Ele tem feito maravilhas.
As mães,
aquelas que reconhecem que os filhos são herança do Senhor, são pessoas gratas
pelo presente recebido de Deus. Elas amam aos seus filhos e os tratam como
preciosidades que lhes foram dadas pelo Altíssimo. Elas constantemente oram
agradecendo a Deus pelos filhos e clamando a bênção sobre suas vidas.
Devemos
aprender com essas mães a viver com gratidão, a louvar a Deus em todas as
circunstâncias. Cumpre-nos engrandecer o Nome do Altíssimo vivendo de maneira a
glorificá-lo, em todo o tempo proclamando as grandes obras que Ele tem feito em
nossas vidas, como Maria fez em seu cântico de louvor.
Pessoas
gratas a Deus são mais felizes, porque seu coração é cheio da alegria que vem
de Deus. E quando louvamos ao Altíssimo, estamos reconhecendo Sua soberania,
Sua ação na história de nossas vidas, testemunhamos o Seu amor e a Sua
misericórdia.
CONCLUSÃO
Deus
outorgou às mães a missão não apenas de gerar filhos, mas servirem como
testemunhas do grande amor de Deus para conosco, proclamando ao mundo as
maravilhas que o Altíssimo fez e fará.
Aprendamos
com os exemplos das mães apresentadas na Bíblia, para que nossas vidas sejam de
constante gratidão e louvor ao Pai, pois Ele nos ama incondicionalmente e
realiza milagres em nosso favor continuamente.
Deus seja
louvado.
José
Vicente
10.05.2015
“Bendito serás mais do que todos os povos;
não haverá entre ti nem homem, nem mulher estéril, nem entre os teus animais.”
(Dt. 7.14)
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