Texto base: Lucas 3.1-14
Quando João Batista começou o seu ministério de pregação do Evangelho de Deus, ele cumpriu o que foi dito pelo profeta Isaías, preparando os caminhos do Senhor e também os corações dos seres humanos para receberem o Rei da Glória.
João anunciava a vinda de Jesus Cristo, a Salvação de Deus, e através de sua pregação procurava demonstrar o que era necessário para que as pessoas pudessem ser salvas em Cristo.
Ocorre que a mensagem de João Batista era, inicialmente, dirigida a judeus, ou seja, ao povo de Deus. Que dizer, então? O povo de Deus precisava de salvação? Havia algo ainda a ser trabalhado nessas pessoas? Sim, havia muitas coisas que necessitavam ser mudadas na vida de Israel, assim como hoje há muitas coisas a serem modificadas na vida dos cristãos.
João demonstra que não basta ser denominado israelita para ter sua salvação assegurada, da mesma forma que não é suficiente ser denominado cristão, nos dias atuais, para ter certeza da salvação. Antes, é necessário que a vida de quem se diz filho de Deus demonstre essa realidade através de sinais práticos do dia a dia.
Com João Batista, nesse texto, aprendemos algumas lições importantes.
1 – Nossos corações precisam se manter aplanados
A missão de João Batista consistia em fazer o que o profeta Isaías dissera anteriormente, e para isso ele precisava levar as pessoas a terem uma transformação radical. Era necessário aterrar os vales, nivelar montanhas e colinas, tornar retas as estradas tortuosas e aplanar caminhos acidentados (v. 4-5).
Essas figuras da natureza representam, na verdade, o íntimo do ser humano, seu coração, sua vida. Jesus quer um caminho plano em nosso ser, Ele quer que andemos retamente.
Alguém que ainda não se entregou a Jesus Cristo vive de forma desagradável a Deus. Em sua vida há muitos vales, afunda-se no pecado, vai descendo cada vez mais; há montanhas e colinas de orgulho, altivez, de auto-suficiência; há estradas que não seguem em linha reta, mas são tortas, com muitos desvios, cheias de armadilhas que levam à perdição; e há caminhos danificados, cheios de buracos que fazem tropeçar a todo instante.
Assim é a vida do ser humano sem Cristo, cheia de pecado, de satisfação da carne, de religiosidade que não leva a Deus, de sentimentos que o afastam cada vez mais de Deus.
Para a manifestação da salvação de Deus, é necessário que essas vidas sejam transformadas, que haja arrependimento de pecados e modificação do estilo de vida, corrigindo-se os caminhos que antes eram totalmente errados. É necessário aplanar o coração humano para receber a Cristo.
Mas, e quanto aos cristãos, que já receberam a Cristo como seu Senhor e Salvador? As palavras de João Batista têm alguma relevância? É claro que sim, da mesma forma que tinha importância para os judeus, pois eles se julgavam salvos por serem descendentes de Abraão.
Ser denominado cristão não significa estar salvo. A salvação vem pela fé autêntica em Jesus Cristo. Muitas vezes um cristão acaba permitindo que se formem vales, montanhas, colinas, estradas tortuosas e caminhos esburacados em sua vida, e há necessidade de vigiar para que isso não aconteça, mas se acontecer, medidas urgentes devem ser tomadas para que o ser volte a ser aplanado. Isso é crescimento em santidade, é relacionamento verdadeiro com Deus.
O cristão deve manter uma vida de retidão e integridade perante Deus.
2 – A salvação produz transformação de vida
Como destacado no tópico anterior, não basta ser denominado cristão para ter a certeza de que a salvação está assegurada. A vida do cristão autêntico deve demonstrar na prática a transformação ocorrida. É no dia a dia que vamos saber se fomos realmente transformados ou não, se somos convertidos ou não. E não é nossa função julgar nosso próximo, mas devemos julgar a nós mesmos, para sabermos qual a nossa real situação perante Deus.
João Batista disse, no versículo 8, que há necessidade de produzir frutos que demonstrem arrependimento. Ora, arrepender-se é sentir tristeza pelos pecados cometidos e não desejar mais cometê-los, é mudar de direção e procurar não incidir mais nos mesmos erros. Se digo que me arrependi mas continuo fazendo sempre a mesma coisa que fazia, e que é pecado, então não houve arrependimento. Talvez tenha ocorrido simplesmente uma dor na consciência em um momento de exortação ou diante de alguma consequência ruim, mas depois me esqueci e continuei a errar da mesma forma.
Assim como não bastava o judeu dizer “Abraão é nosso pai”, para ser considerado salvo, não resolve, hoje, dizer “eu sou cristão” ou “eu sou crente” ou qualquer outra expressão parecida.
João Batista deixa bem claro que o juízo de Deus se aproxima, e que não poupará aqueles que, embora afirmem ser filhos de Abraão (hoje, cristãos), não demonstram em suas vidas nenhuma transformação que demonstre que o amor de Deus esteja neles.
Quem é salvo demonstra a sua salvação em uma vida de prática do amor. E não é necessário muito esforço, porque o Espírito Santo vai operando a transformação, moldando nosso caráter. Se para mim é extremamente difícil fazer a vontade de Deus, talvez eu esteja tentando conseguir à força aquilo que Deus concede gratuitamente, ou talvez eu esteja me enganando ou tentando enganar aos outros, mas não tenho como enganar a Deus.
A salvação de Deus se manifesta em nossa vida de forma prática, levando-nos a uma mudança de atitudes. Passamos a valorizar a solidariedade, a honestidade, a justiça, deixamos de desejar fazer o mal e nos empenhamos para que todos sejam alcançados pelo bem; abandonamos a cobiça; somos gratos a Deus pelo que Ele nos dá (v. 11-14).
O salvo pratica o amor. Jesus disse que esse era o sinal que levaria o mundo a saber quem era seu discípulo: a prática do amor (João 13.35).
Conclusão
Estão nossos corações aplanados? Temos vivido em integridade e retidão perante o Senhor? A salvação de Deus tem se manifestado em nossas vidas? Somos cristãos nominais ou realmente fomos transformados pelo agir do Espírito Santo?
Busquemos, a cada dia, manter nossos caminhos planos perante o Senhor, crescendo no conhecimento de Deus, na comunhão com o Senhor e com os irmãos, e na prática do amor para com toda a criação de Deus, tanto seres humanos como demais integrantes da natureza, pois tudo é obra das mãos de nosso Pai.
Que o Espírito Santo de Deus nos auxilie e nos leve cada vez mais para perto de Deus.
José Vicente
Que palavra edificante,resposta de mts duvidas. Deus lhe abençoe
ResponderExcluirQue bênção amado...que o Senhor continue lhe estendendo graça e sabedoria. Essa palavra vai me ajudar muito...obrigado,paz seja convosco.
ResponderExcluirAmém...que benção!
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