sábado, 2 de junho de 2012

PURIFICANDO O TEMPLO DO SENHOR



Texto base: Mateus 21.12-17

Esta passagem da vida de Jesus é bastante conhecida. Quando Jesus retorna a Jerusalém e vai ao templo, encontra ali os negociantes de animais e os cambistas, levando o templo a se parecer muito mais com uma grande fonte de lucros do que a Casa de Deus.

Jesus expulsa essas pessoas do templo e as repreende severamente, pois haviam transformado a Casa de Seu Pai em covil de salteadores.

Ao assim se expressar, Jesus reafirma o que o Altíssimo havia dito por intermédio do profeta Jeremias, quanto ao aviltamento do templo, conforme se lê em Jeremias 7.8-11. Jesus mostrou que a situação em ambas as ocasiões, embora distantes uma da outra por um período de tempo razoavelmente longo, era a mesma: líderes religiosos utilizavam o templo como uma fachada, visando esconder suas práticas dissonantes em relação à Palavra de Deus.

Covil de salteadores vem a ser um esconderijo ou abrigo de ladrões, de malfeitores. O templo de Deus foi transformado em um local onde pessoas cheias de pecados, hipócritas, se escondiam para tentar mascarar sua condição infeliz e tentar passar ao povo uma imagem de religiosidade, de santidade, de reverência a Deus.

No início, quando se iniciaram as práticas de vendas de animais e o câmbio, a finalidade era facilitar o ato de adoração por aqueles judeus que vinham de localidades distantes, e que não tinham como transportar durante a viagem animais para ofertar no templo. Esses judeus que habitavam fora também necessitavam trocar as moedas estrangeiras que possuíam por moedas locais. Assim, era um serviço conveniente e facilitador, mas com o passar do tempo houve uma deturpação de sua finalidade, e se transformou em uma grande fonte de lucros aos líderes religiosos e aos negociantes.

Isto nos parece algo bastante familiar, pois hoje os templos onde Deus deveria ser adorado foram transformados em grandes negócios, fonte de lucros a líderes que se fazem passar por religiosos, servos consagrados, mas na verdade são lobos que pretendem devorar as ovelhas incautas que lhes dão ouvidos e lhes entregam tudo o que possuem.

Jesus purifica o templo e enfatiza o que deveria haver naquele lugar, atitudes e práticas bem diferentes das que estavam ocorrendo naquele momento:

      1)      Oração (v. 13)
Jesus derribou as mesas dos cambistas e expulsou os negociantes inescrupulosos, e afirmou que a Casa do Pai era um lugar de oração, onde os crentes deveriam permanecer em comunhão com o Pai, conversando com Ele e ouvindo Sua voz.

Hoje, quando a Igreja se reúne no templo que consagrou a Deus, deve atentar para a prática da oração, instrumento poderoso para estreitar os laços com o Altíssimo. É pela oração que expomos ao Pai nossas ações de graças e súplicas, e recebemos dEle a orientação para a vida, desde que nos mantenhamos em perfeita comunhão com o Eterno, prontos a ouvir o que Ele tem a nos dizer.

A Igreja reunida no templo tem o dever de orar uns pelos outros, e também interceder por este mundo, pelas pessoas que ainda não creem, pelos enfermos, pelos prisioneiros, pelas autoridades, conforme nos ensina Paulo (1Tim 2.1).

       2)      Cura (v. 14)
A Casa de Deus é um lugar onde deve ocorrer cura. Jesus recebeu enfermos e os curou no templo.

A Igreja reunida no templo deve testemunhar curas, tanto físicas como espirituais. Mas a ênfase está na cura espiritual, que consiste na remoção de uma doença terrível chamada pecado, vindo a ocorrer a regeneração, o novo nascimento, pelo poder do Espírito Santo.

Não há cura maior do que a conversão de um pecador, pois o livra da morte eterna.

Curas de doenças físicas podem acontecer, pois o mesmo Deus que operava nos tempos bíblicos está em ação hoje. Eu mesmo já recebi a cura de dores fortes na mão direita, que provavelmente seriam lesão por esforço repetitivo e estavam me atrapalhando muito no desempenho de meu trabalho (tenho que digitar bastante), mas de um dia para o outro a dor sumiu e não voltou mais, com a Graça de Deus, e nem precisei ir ao médico ou tomar medicamentos, pois o Pai atendeu minha oração.

Não digo com isto que as pessoas devam ir aos templos em busca de milagres! Antes, nossa presença em um templo onda a Igreja congrega tem como finalidade única adorar a Deus, e nessa adoração podemos receber curas, conforme a vontade do Pai.

Já ouvi diversos testemunhos de pessoas que foram curadas pela intercessão da Igreja. O povo de Deus reunido no templo, orando em favor dos enfermos, adora a Deus e cumpre sua missão de rogar pela salvação, libertação e cura dos seres humanos.

Muitas pessoas chegam ao templo carregadas de culpa, mágoas, rancor, egoísmo, inveja, maledicência, e muitas outras enfermidades da alma. Jesus tem a cura para tudo isso, e essa cura ocorre quando se adora ao Altíssimo verdadeiramente, quando se é exposto à Palavra de Deus, que penetra em nosso ser e nos purifica.

É triste quando a pessoa entra no templo enferma da alma, e sai sem nenhuma transformação.

      3)      Acolhimento (v. 14)
Jesus acolheu pessoas enfermas, pessoas marginalizadas pela sociedade, pecadoras, para transformar suas vidas.

No templo onde a Igreja adora a Deus deve haver acolhimento àqueles que ali comparecem, independentemente de sua condição social, emocional, física ou financeira. Todos devem ser recebidos com amor, aquele amor que Jesus disse que seria a marca de seus verdadeiros discípulos.

Assim como Jesus, a Igreja deve ser acolhedora, e não mais um instrumento de exclusão.

Não significa, obviamente, acolher o pecado que as pessoas carregam consigo, mas acolher os pecadores para que, pela prática do amor e da misericórdia, sejam tocados e regenerados pelo poder do Espírito Santo de Deus, e, assim, se transformem em novas criaturas, como nós fomos transformados ao termos nossos olhos abertos pela Graça de Deus.

Jesus sempre acolheu os pecadores, mas também sempre disse, após curá-los, para não pecarem mais, o que significa que Ele quer uma mudança de vida daqueles que O conhecem. Ninguém que conhece a Jesus pode continuar a ser a mesma pessoa, porque se continuar, não conheceu verdadeiramente ao Senhor, apenas teve um contato superficial com Ele.

A Igreja acolhedora transforma vidas e faz diferença na sociedade em que está inserida. A Igreja acolhedora cumpre sua missão, ordenada por Cristo.

      4)      Louvor (vv. 15-16)
Quando Jesus estava no templo, crianças começaram a louvá-lo, provocando a inveja e ira dos religiosos de plantão.

O templo é um lugar de louvar ao Senhor continuamente, com cânticos, com ações de graças, com nosso modo de viver.

Quando a Igreja se reúne no templo ela deve louvar a Deus com toda sua alma, com todo seu coração. Um louvor autêntico é uma adoração em espírito e em verdade, porque parte de corações sinceros, que amam a Deus e desejam glorificá-lo com suas vidas.

O templo não é lugar para que homens sejam louvados. Dirigir o louvor aos líderes religiosos é um pecado sério, pois somente a Deus é devido o louvor, e Ele não divide a Sua Glória com ninguém.

Infelizmente, a realidade atual é de líderes sendo louvados, elevados a uma condição que não lhes pertence. Homens e mulheres usam os púlpitos para obterem glória para si mesmos, manipulam os crentes com a distorção do Evangelho e recebem todo o louvor, mediante artimanhas que enganam aqueles que permanecem na superficialidade da Palavra e do relacionamento com o Altíssimo, e que são facilmente seduzidos por promessas vãs e pelo que os olhos veem, sem investigar se tais sinais são, de fato, vindos de Deus.

Todo o louvor deve ser dado a Deus Pai, e ao Seu Filho, Jesus Cristo, nosso Salvador.

      5)      Purificar o templo do Senhor
Até aqui falamos do templo feito de tijolos e cimento, ou mesmo de madeira. Um lugar onde a Igreja se reúne para atos de adoração ao Altíssimo. Mas sabemos que o Eterno não habita em templos feitos por mãos humanas (Atos 17.24-25), antes Ele escolheu para si templos que Ele próprio edificou: nossos corpos (1Cor 3.16; 1Cor 6.19).

Cada crente em Deus é templo do Espírito Santo, morada do Altíssimo. Deus não habita em prédios, mas em Seus filhos.

Por esta razão, esse templo, edificado por Deus, deve ser mantido limpo, purificado, a fim de que o SENHOR seja glorificado continuamente.

É necessário expulsar desse templo (nosso corpo) a hipocrisia, a religiosidade, os sentimentos de inveja, egoísmo, raiva, mágoa, ciúmes, malícia, todas as obras da carne, tudo aquilo que sabemos ser pecado.

O templo do Espírito Santo não pode ficar cheio de coisas que o contaminam. O Espírito não pode ficar dividindo espaço no Seu templo com aquilo que não pertence a Ele, mas que implica em pecados, entulhos dos quais muitas vezes temos dificuldade de nos livrar.

Quando os judeus iam ao templo oferecer sacrifícios ao Altíssimo, prestavam um ato da adoração a Deus, que consistia no reconhecimento de sua condição de pecadores e na necessidade urgente da Graça Deus.

A adoração verdadeira consiste em reconhecer que estamos errados, e Deus, certo, com o pedido de perdão e a atitude de buscar a vontade do Pai.

Não há adoração sincera sem reconhecimento de nossa condição diante de Deus e sem pedido de perdão.
O templo do Espírito Santo deve ser purificado e ornamentado com o fruto do Espírito.

Conclusão
Qual é a nossa postura quando comparecemos ao templo físico para congregarmos com nossos irmãos? O que buscamos? O que oferecemos a Deus?

Qual a situação atual do templo do Espírito Santo? Como você está diante de Deus?

Repense suas motivações com relação à sua ida até um templo para prestar o culto coletivo ao Altíssimo, e não se esqueça de que, mesmo após sair daquele templo, você está constantemente em culto a Deus, porque você é o templo em que Ele habita e deve ser glorificado.

Que o Eterno nos abençoe e nos ajude a mantermos o templo sempre limpo e ornamentado, para honra e glória dEle, eternamente.

José Vicente
31.05.2012

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