Texto base: 1 Samuel 17:1-11 e 31-40
Em nossa vida
continuamente nos defrontamos com desafios, problemas, dificuldades, lutas,
obstáculos que parecem grandes demais para serem vencidos. Quando nos defrontamos
com circunstâncias desse tipo, a forma como reagimos vai fazer toda a diferença
entre a vitória e o fracasso.
Uns reagem com
medo, recuam, não conseguem seguir em frente, ficam paralisados, não vislumbram
saída e se entregam. Outros, olhando não para o tamanho do obstáculo, mas para
o Deus Altíssimo, seguem em frente de forma confiante, e alcançam vitória em
meio às adversidades.
O texto que
lemos nos apresenta dois personagens muito conhecidos da história do povo de
Deus: Saul e Davi. Ambos se viram diante de uma situação extremamente difícil e
perigosa: um gigante filisteu chamado Golias desafiava um guerreiro de Israel a
pelejar com ele, evitando, com isto, uma batalha entre os exércitos, o que
pouparia muitas vidas.
Golias era
enorme, muito forte e experiente em guerras. Saul também era forte e
experiente. Davi, por sua vez, era um adolescente que só havia cuidado de
ovelhas até aquele dia, e nunca entrara em um campo de batalha.
As reações de
Saul e Davi nos ensinam muitas coisas, e podem ser vistas no meio do povo de
Deus ainda hoje. Vejamos, então, quais foram suas reações e as consequências
daí advindas.
1. SAUL
Saul era o rei
de Israel naquele momento. Ele foi o primeiro rei da nação israelita. Era um
homem forte, alto, que sobressaia aos demais de seu povo (1Sm 9:2 e 10:23).
Tinha experiência em guerras, e seria a pessoa ideal para desafiar Golias.
Saul, entretanto, embora fosse do povo de Deus, não estava em comunhão com o
Altíssimo, ele já havia sido repreendido mais de uma vez por Samuel, e já
ouvira a sentença de que fora rejeitado por Deus por causa de sua desobediência
(1Sm 15:22-26).
A forma como
Saul vinha se comportando demonstrava que ele era um incrédulo, que não tinha temor
a Deus, não era um servo obediente ao SENHOR. Ele teve reações que não são condizentes
com um homem de fé em Deus:
a)
Espanto e temor (v. 11)
No versículo
11 é dito que “Ouvindo Saul e todo o
Israel estas palavras do filisteu, espantaram-se e temeram muito”.
Saul já havia
batalhado contra vários exércitos e o Senhor lhe havia concedido vitórias,
porém, ao ver o homem que desafiava os guerreiros de Israel, ele se encheu de
espanto e temor, e assim todo o seu exército. Não houve quem se habilitasse a
enfrentar Golias. Saul e seus homens recuaram diante do desafio que se lhes
apresentava naquele momento.
Assim agindo,
Saul demonstrou que era um homem incrédulo. Ele não se lembrou de Deus no
momento da dificuldade, antes, atentou unicamente para o tamanho do adversário
e se encolheu com medo.
Não raramente,
agimos como Saul. Somos incrédulos. Ao nos vermos diante de um problema, uma
dificuldade, um sofrimento que nos acomete, uma luta a ser travada, ficamos
espantados e atemorizados, e isso nos faz recuar, nos paralisa, nos impede de
prosseguir e alcançar a vitória.
Saul nem ao
menos tentou enfrentar Golias, e nós também, traídos pelas impressões carnais
que temos diante dos gigantes com os quais nos deparamos em nossa vida, nem ao
menos ousamos dar um passo à frente, sofremos derrotas sem lutar, porque não
estamos olhando para Deus, e, sim, para o obstáculo à nossa frente.
Espanto, de
acordo com o dicionário, significa assombro, grande medo, susto, terror.
Temor, por sua
vez, nesse contexto, significa medo ou pavor.
Significa que
Saul e seus homens ficaram aterrorizados, apavorados diante de Golias.
Espanto e
temor podem até surgir em nossos corações quando estamos em situações muito
difíceis, quando enfrentamos desafios muito grandes, problemas que superam
nossas forças, afinal, somos seres humanos e o medo é uma reação normal diante
de circunstâncias que fogem à nossa capacidade. A questão não é ser isento de
medo, mas, sim, o que fazemos diante do medo que sentimos.
Como dissemos,
Saul e seus homens recuaram, se encolheram. Isso foi um grande sinal de
incredulidade. Saul foi incrédulo e contagiou os homens ao seu redor. Ninguém
buscou o conselho de Deus. Ninguém pensou que Deus poderia conceder vitória
diante do gigante Golias. Ninguém se lembrou dos feitos maravilhosos que Deus
já operara em favor de Seu povo. Era como se Golias fosse maior do que Deus.
Se deixarmos
que o espanto e o temor tomem conta de nós, seremos incrédulos como Saul, e
sofreremos derrotas avassaladoras. Ficaremos encolhidos quando estivermos no
meio da tempestade, nossa casa desabará, não resistiremos aos fortes ventos. Não
experimentaremos amadurecimento espiritual, ficaremos estagnados na
imaturidade, sem aprofundamento no relacionamento com Deus, pois agiremos como
se os obstáculos fossem maiores do que Deus.
b)
Desencorajamento (v. 33)
Como ninguém
da nação de Israel se habilitava a enfrentar Golias, Davi, um adolescente
pastor de ovelhas, após ouvir as ofensas que o gigante fazia a Israel e ao Deus
Altíssimo, firmou no coração o propósito de enfrentar o terrível guerreiro.
Saul, porém,
ainda dominado pelos efeitos do espanto e do temor, procurou desencorajar Davi,
dizendo: “contra o filisteu não poderás
ir para pelejar com ele; pois tu és ainda moço, e ele, guerreiro, desde a sua
mocidade”.
Meus irmãos,
às vezes nós agimos como Saul. Diante de dificuldades ficamos com medo, e ao
vermos que uma pessoa está demonstrando uma disposição que não temos, uma
firmeza de fé que não possuímos, atuamos como agentes do desencorajamento. Fixamos
nossos olhos no tamanho da dificuldade ou do problema e procuramos levar a
pessoa a ver que ela não tem condições.
Faça uma
viagem à sua memória e veja se já não aconteceu de, em alguma ocasião, alguém
chegar a você cheio de ânimo, falando sobre um novo desafio que tinha pela
frente, e você tratou de “abrir os olhos” da pessoa para as grandes
dificuldades, os diversos obstáculos que ela teria que enfrentar, afirmando que
talvez não valesse a pena passar por tudo isso, pois provavelmente ela não
teria êxito. Quantas vezes você jogou um balde de água fria em alguém que
estava cheio de entusiasmo?
Olhamos para a
fraqueza humana e dizemos: “não há possibilidade”, “você não tem chance”, “você
não vai conseguir”. Assim, levamos pessoas a desistirem da luta como nós tantas
vezes desistimos.
Saul não quis
enfrentar Golias, ficou com medo, e tentou contaminar Davi com seu medo,
realçando a força de Golias e a fraqueza de Davi.
Quantos de nós
agimos como Saul no decorrer de nossas vidas? Quantos de nós temos induzido
pessoas a desistirem da caminhada por causa de nossa incredulidade, por nossa
visão distorcida das coisas, por nossa falta de confiança em Deus!
c)
Confiança em coisas terrenas (v. 38)
Ao ver que
Davi estava disposto a enfrentar Golias, Saul julgou que ele precisaria
utilizar uma armadura, um capacete e uma couraça para se proteger na batalha.
Interessante
notar que Saul parecia ter esquecido de que a verdadeira proteção vem de Deus,
e em nenhum momento manifestou a certeza de que Deus daria vitória a Davi,
antes, ele se preocupou em vestir o jovem com armadura, capacete e couraça,
crendo que aqueles artefatos seriam capazes de dar maior segurança ao moço.
Da mesma forma
nós, ao nos defrontarmos com problemas maiores do que nós, superiores às nossas
capacidades, acabamos recorrendo a artifícios humanos, a instrumentos ou
estratégias de homens. A armadura, o capacete e a couraça representam o esforço
humano em cuidar de si mesmo por sua própria conta, com suas forças, com sua
parca capacidade de criar objetos ou traçar estratégias. Esses instrumentos
representam a segurança que buscamos em coisas deste mundo: dinheiro, condição
social, intelectualidade, ligação com poderes políticos e econômicos,
simpatias, amuletos, etc.
Isso vem demonstrar
porque Saul falhou na sua função de rei de Israel. Sua confiança estava firmada
em coisas terrenas, em instrumentos criados pelo homem, e não em Deus.
2. DAVI
Depois de
falarmos um pouco sobre Saul e suas reações, voltemos nossas atenções a Davi.
Ele era um adolescente que atuava como pastor de ovelhas, cuidando do rebanho
de seu pai, Jessé.
Davi havia
sido visitado por Samuel, e recebera deste, por ordem do Altíssimo, a unção
para ser o futuro rei de Israel, como sucessor de Saul (1Sm 16:13). Ele nunca
havia se envolvido em uma guerra, não tinha experiência em batalhas, mas era
temente a Deus.
Esse jovem,
diante dos insultos que Golias fazia a Israel e ao Altíssimo, não permaneceu
inerte, antes, ele teve reações que demonstraram o tipo de fé que ele possuía.
Se formos
pessoas tementes a Deus como foi Davi, nossa fé nos levará a ter reações que
nos conduzirão a uma vida de vitória sobre o pecado e sobre as adversidades que
enfrentaremos:
a)
Disposição para enfrentar o desafio (v. 32)
Davi viu o
gigante que desafiava Israel, ouviu suas afrontas, e mesmo sendo jovem e
inexperiente em batalhas, dispôs-se a enfrentar Golias. Ele não se deixou
dominar pelo espanto e temor, ao contrário de Saul, pois em seu coração havia a
convicção de que Deus era com ele e lhe concederia vitória.
O que motivou
Davi foi sua fé em Deus. Davi não estava procurando se exibir, mas ele tinha em
Deus a força para prosseguir ainda que o obstáculo fosse enorme.
A confiança em
Deus nos dá ânimo, disposição, esperança, porque sabemos que o Altíssimo tem
poder ilimitado e domina sobre tudo e sobre todos. Não há poder terreno que
possa ser comparado ao poder de Deus.
O tamanho da
dificuldade não nos impedirá de prosseguir, porque estaremos firmados no
Altíssimo, e não em nós mesmos. Da fé vem a disposição, mesmo que as barreiras
sejam enormes e haja muita luta a ser travada.
Em nossa vida
enfrentaremos muitos desafios, porém se estivermos firmados em Deus, não nos
deixaremos ficar atemorizados, espantados nem paralisados, mas teremos
disposição para ir em frente, sabendo que nosso Deus é maior do que tudo e do
que todos.
b)
Rejeição à autosuficiência (v. 39)
Vimos
anteriormente que Saul vestiu Davi com uma armadura, capacete e uma couraça.
Também foi dada uma espada a Davi. Este permitiu ser vestido assim para não
parecer desrespeitoso para com o rei de Israel, todavia, não se sentiu bem com
os artefatos que Saul desejava que ele usasse, pois sua confiança não estava
naqueles instrumentos, mas no Deus Altíssimo.
Davi tinha em
Deus seu refúgio e fortaleza. No Salmo 28 ele fez a seguinte
declaração:
“O SENHOR é a minha força e o meu escudo;
nele o meu coração confia, nele fui socorrido; por isso, o meu coração exulta,
e com o meu cântico o louvarei.” (Salmo 28.7)
Significa que,
para Davi, nada mais era necessário, senão o poder de Deus sobre ele, a
proteção do Altíssimo, que seria capaz de livrá-lo de qualquer perigo e levá-lo
a vencer o pior inimigo.
Quem tem isso
como verdade em sua vida não consegue seguir o caminho da autosuficiência, não
confia em estratégias humanas nem em instrumentos feitos pelo homem, não
deposita sua confiança no ser humano, mas em Deus.
Davi não
conseguia nem andar com a armadura que Saul colocou nele. Assim também nós, que
cremos em Deus, ficaremos tolhidos e não conseguiremos progredir se houver
alguma tentativa de nos valermos de nossas próprias forças para enfrentar
nossas lutas e trilhar o caminho traçado pelo Altíssimo.
A
autosuficiência se constitui em um peso para aqueles que temem ao SENHOR,
porque é uma demonstração de incredulidade, e sabemos que isso desagrada a
Deus. Desta forma, a cada dia o cristão fiel deve reafirmar sua confiança
unicamente em Deus.
Podemos até
utilizar métodos humanos em nossas batalhas, mas isso jamais deverá estar em
primeiro lugar, antes, a primazia é de Deus, e Ele, com Seu poder, abençoará
aquilo que fizermos e nos concederá vitória.
Davi utilizou
uma funda e uma pedra. Isso não era nada se comparado às armas de guerra
utilizadas pelos exércitos, mas Davi sabia que Deus era quem comandaria tudo, e
que com o poder de Deus uma simples pedra seria capaz de provocar um grande
estrago no inimigo.
c)
Glorificar a Deus em todos os momentos (v.
37, 45-47)
Quando Davi se apresentou diante de Saul
e disse que enfrentaria o gigante, ele narrou um histórico de vitórias contra
um urso e um leão na defesa do rebanho de ovelhas, e exaltou ao SENHOR por
isso, afirmando que Deus o livrara dos animais e o livraria de Golias.
Davi não deixou a sua atenção ser
desviada do SENHOR. Mesmo quando confrontado por causa de sua inexperiência e
idade, ele relembrou o que Deus fizera por ele em momentos passados e
glorificou ao Altíssimo, manifestando a confiança de que Deus não mudara, e que
tinha o poder para lhe conceder vitória em qualquer situação.
No momento em que se confrontou com
Golias, Davi foi por ele insultado, mas não se abalou e novamente glorificou a
Deus, dizendo ao gigante que não precisava de espadas ou lanças para
derrotá-lo, porque o SENHOR é que entregaria o inimigo em suas mãos.
Quando Davi atribuiu a Deus o crédito
pelas vitórias passadas e a esperança pela vitória futura, ele glorificou ao
SENHOR, não atraindo para si as honras, mas dedicando a Deus todo o louvor.
Assim como Davi glorificou a Deus no
momento da dificuldade, e nEle pôs sua esperança, também nós, que cremos no
Altíssimo, devemos glorificá-lo em todos os momentos, seja nas horas felizes ou
naquelas em que nos vemos aflitos. Deus deve ser glorificado antes, durante e
depois das lutas que travamos durante nossa vida. A Ele devemos honrar. A Ele
devemos creditar as vitórias que alcançamos. A Ele devemos agradecer até mesmo
pelas tribulações pelas quais passamos, porque elas nos levam a ver o Seu poder
operando em nós, nos conduzem ao amadurecimento, ao fortalecimento espiritual.
Dedicar a Deus todo o louvor, honrá-lo
como Ele deve ser honrado, glorificá-lo continuamente por meio de nossas vidas,
é o caminho para experimentarmos livramentos diários e vitórias diante das
batalhas com as quais nos defrontamos.
CONCLUSÃO
A incredulidade de Saul o levou a ser
rejeitado por Deus. Ele experimentou um pouco da maravilhosa Graça de Deus em
sua vida, mas não honrou ao SENHOR como deveria.
Davi teve sua fé recompensada de maneira
extraordinária. Ele foi o maior rei de Israel. Deus lhe concedeu vitórias sobre
os inimigos e gravou seu nome de maneira positiva na história do Povo de Deus.
A forma como reagimos diante das lutas e
dificuldades da vida vai definir qual será nossa situação: se formos incrédulos
como Saul, colecionaremos derrotas e jamais cresceremos; mas se tivermos fé
como Davi e descansarmos em Deus, conheceremos vitórias, livramentos e um
grande crescimento espiritual no meio das adversidades.
Sejamos como Davi, servos segundo o
coração de Deus, pois o Altíssimo tem desígnios maravilhosos a serem cumpridos
em nossas vidas, e façamos tudo para a honra e glória do SENHOR.
“13 Portanto, tomai toda a armadura de Deus,
para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo,
permanecer inabaláveis. 14 Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e
vestindo-vos da couraça da justiça. 15 Calçai os pés com a preparação do
evangelho da paz;
16 embraçando sempre o escudo da fé, com o
qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. 17 Tomai também o
capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; 18 com
toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando
com toda perseverança e súplica por todos os santos.” (Efésios 6.13-18)
Que
o Altíssimo nos conceda a bênção de sermos fiéis e tementes ao SENHOR, e nos
fortalece a fé a cada dia.
José
Vicente
24.02.2013
Deus seja louvado e engradecido. Estava tão entristecida mim sentido derrotada, mas quão grande palavra de avivamento recebi.Que o Senhor Deus de israel continue lhe abençoando grandemente.
ResponderExcluirSÁBIAS PALAVRAS!!!!!....AMÉMMM....!!!...ALELUIAAAAAA....!!!
ResponderExcluirDeus abençoe grandiosamente quem escreveu esse texto. Muito fortalecedor.
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