Texto base: João 6.1-40
Jesus
prosseguia em Sua missão de proclamar o Reino de Deus e ensinar a Verdade às
pessoas. Ele vinha realizando sinais, milagres incomparáveis, e Seus
ensinamentos eram autênticos, as pessoas viam nEle autoridade espiritual, um
mestre diferente, amável e sábio.
Os líderes
religiosos judaicos faziam oposição a Jesus, mas Ele prosseguia ensinando ao
povo a Palavra de Deus, e convocando todos ao arrependimento. Por onde passava
ia deixando um rastro de amor e compaixão.
Chegamos,
então, ao momento em que uma grande multidão veio ouvir os ensinos de Jesus e
buscar curas, e como o dia estava findando, eles ainda não haviam se alimentado,
estando longe da cidade e de qualquer lugar onde pudessem comprar alimento.
Jesus sabia que eles estavam com fome, e utilizou essa oportunidade para
demonstrar mais algumas verdades do Reino de Deus.
1)
Quem
tem fome deve buscar Jesus
Aquelas
pessoas que se reuniram naquele lugar estavam famintas, mas sua fome não era
apenas de alimento: elas tinham fome de misericórdia, de amor, de atenção, de
cura, de livramento, de liberdade... de Deus.
Eram pessoas
enfermas física e espiritualmente. Pessoas amarguradas, ansiosas por uma
palavra de ânimo, de bondade, de valorização. Muitos vinham carregando
problemas que os perseguiam há tempos.
Ali havia
pessoas ansiosas por encontrar a solução para problemas insolúveis, a cura para
doenças incuráveis, a libertação de escravidões duradouras...
Os líderes
religiosos judaicos não eram capazes de suprir essa fome do povo. Embora
tentassem parecer muito santos e cumpridores da Lei de Deus, eles não eram líderes
segundo o coração de Deus, mas se preocupavam muito mais com tradições e
posição social do que com a saúde espiritual do povo.
Jesus vinha demonstrando
que não era como os lideres existentes até então, pelo contrário, Ele era
exatamente o oposto, porque não buscava a glória própria, mas a do Pai. Jesus
falava com autoridade, pois sua vida consistia na prática de tudo o que Ele
ensinava.
Enquanto os
lideres religiosos marginalizavam as pessoas por causa de seus erros e de sua
condição social ou de saúde, Jesus acolhia essas pessoas, tratava-as com amor e
misericórdia, e com suas atitudes e palavras provocava transformação na vida de
quem O ouvia.
Hoje, Jesus
continua sendo a solução para quem tem fome. Ele continua sendo Aquele que não
rejeita quem a Ele se achega. Ele continua disposto a amar, dar atenção,
aconselhar, ensinar, curar, restaurar, perdoar, tratar com respeito e muito
mais.
Jesus está
pronto para ouvir nosso clamor e nos socorrer em qualquer situação. Ele tem
prazer em usar de compaixão para com aqueles que nEle confiam e nEle se
refugiam.
2)
A
Graça de Jesus supera as expectativas
Havia cera de
5 mil homens naquele lugar, e isso sem contar mulheres e crianças. No total, estimava-se que houvesse entre 15 e
20 mil pessoas, e todas famintas.
O alimento
disponível consistia apenas em 5 pães e 2 peixes.
Se Jesus
quisesse, poderia simplesmente dividir esse alimento entre Ele e seus discípulos,
pois parecia não haver o suficiente para atender à multidão. De acordo com o
que está escrito, seriam necessários pelo menos 200 denários para comprar pães
para todas aquelas pessoas, e isso correspondia ao salário de 200 dias de
trabalho, um valor elevado.
As pessoas
haviam se reunido em volta de Jesus com a expectativa de receberem curas,
libertação e palavras de Deus, quando, de repente, todos se viram surpresos com
um ato inesperado.
Jesus tomou os
5 pães e 2 peixes e os multiplicou, de forma que toda a multidão foi
alimentada.
Jesus
manifestou uma Graça que supera a qualquer expectativa, que vai além do que se
espera.
Ele mostrou
que Sua Graça não estava restrita ao pequeno grupo que Ele havia escolhido para
segui-lo mais de perto, os doze apóstolos, mas que todos aqueles que viessem
até Ele poderiam receber a Sua Graça.
Em Jesus não
há acepção de pessoas. Ele não dá privilégios a uns poucos, como podemos ver
claramente no texto quando Jesus, em vez de dividir os pães e peixes entre Ele
e os discípulos, promoveu a multiplicação e alimentou a multidão inteira, com
sobras.
Para os
discípulos aquela multidão poderia ser composta por um bando de anônimos, e não
haveria problema e deixá-los sem alimento, mas Jesus conhecia cada pessoa ali
presente, sabia a história de vida de cada uma delas, tinha consciência de suas
necessidades, e não poderia deixar que continuassem com fome, pois Sua Graça e
misericórdia excedem a todas as nossas expectativas.
Quando nos
achegamos a Jesus para ouvi-lo e adorá-lo, Ele faz por nós coisas que nem mesmo
estávamos esperando.
A Graça de
Jesus não diminuiu com o tempo, ela continua ilimitada. Jesus continua disposto
a nos tratar com compaixão e amor da mesma forma que fazia naquele tempo.
3)
Devemos
buscar Jesus para ter a Vida Eterna
É certo que
Jesus atendeu aos diversos tipos de fome manifestados pelas pessoas naquele
tempo. Ele deu amor a quem necessitava de amor; cura a quem tinha fome de cura;
atenção a quem tinha fome de atenção; libertação a quem ansiava por
libertação...
Mas o que
Jesus realmente quer é saciar nossa fome de salvação.
Nos versículos
26 e 27 Jesus disse a seus ouvintes que eles não deveriam buscar apenas o
alimento físico, pois o físico é perecível, antes, sua ânsia haveria de ser por
uma comida que subsiste para a vida eterna.
Jesus estava
dizendo que as pessoas não deveriam atentar apenas para suas necessidades
terrenas, mas sua atenção deveria se voltar à busca do alimento espiritual, que
lhes daria condições de herdar a vida eterna.
Então Jesus se
revela como o Pão da Vida, o Pão que desceu do céu. O único que pode dar a vida
eterna.
Não é errado
buscarmos Jesus para que Ele nos ajude em nossas dificuldades, em nossas
necessidades relativas a este mundo. A Palavra de Deus nos orienta a confiarmos
nEle em todas as circunstâncias, a nos refugiarmos nEle quando estivermos com
medo, a entregar nossos planos em Suas mãos para que Ele nos direcione e ajude
a concretizar os sonhos, porque Ele tem o poder de fazer por nós coisas
maravilhosas, porém, a principal
razão para buscarmos a Jesus deve ser saciar nossa fome de salvação.
Durante o
tempo em que Jesus esteve pregando a Palavra do Reino entre nós, muitas pessoas
iam até Ele unicamente para saciar a fome física, de momento, e, obtida a
Graça, deixavam de seguir a Jesus. No final do capítulo 6 vemos que a multidão
deixou Jesus após ouvir a Palavra da Verdade, permanecendo apenas seus
discípulos.
Essas pessoas
obtinham o favor divino na necessidade momentânea, mas perdiam a grande
salvação reservada para os que creem no Filho de Deus, pois queriam apenas
bênçãos, em vez de desejar Jesus.
Apesar de
terem visto os sinais de Jesus, nem todos creram nEle (v. 36). Jesus é o Pão
que salva, que concede a vida eterna, para todo aquele que nEle crê,
independentemente de sinais, porque a fé deve estar presente mesmo quando não
se está vendo nenhum milagre.
As pessoas que
se achegavam a Jesus com o coração quebrantado, cientes de sua condição de
pecadoras, clamando por Sua misericórdia e crendo que Ele era o Filho de Deus,
não apenas recebiam a cura ou libertação no momento, mas ouviam de Jesus: “a
tua fé te salvou”.
Não busque
Jesus apenas para obter bênçãos temporárias, mas recorra a Jesus para perdoar
seus pecados e lhe conceder a vida eterna, transformando sua vida.
Conclusão
Todos nós
temos fome de algo, mas nossa alma deve ansiar pela presença de Deus e pela
vida eterna, que somente Jesus, o Pão da Vida, pode nos dar.
Busquemos
Jesus para que Ele sacie nossa fome de salvação, não nos atendo apenas a coisas
deste mundo, mas mirando as coisas lá do alto, relativas ao Reino de Deus.
“Se a
nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes
de todos os homens.” (1Cor 15.19)
“Como
suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a
minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei
perante a face de Deus?” (Salmo 42.1-2)
José Vicente
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