Mateus 9:18-26
Textos paralelos: Marcos 5.21-43; Lucas 8.40-56
Jesus caminhava entre os seres
humanos como se fosse igual a eles, vendo de perto suas mazelas e ajudando-os a
superar suas fraquezas. Ele lhes ensinava o Caminho para a reconciliação com
Deus, e por meio de sua ação mostrava o quão perto Deus estava do ser humano.
Jesus demonstrava que Deus não era um ser inalcançável, alheio aos sofrimentos
das pessoas, mas era um Deus que se preocupava com os seres humanos e
manifestava misericórdia para com aqueles que O buscassem.
Onde Jesus estava ocorria alguma transformação. As pessoas que com Ele se encontravam sempre experimentavam uma mudança em suas vidas e em sua maneira de pensar. Lendo os Evangelhos notamos que todas as pessoas que procuravam Jesus eram por Ele atendidas, ninguém saia do mesmo jeito que havia chegado. Nem mesmo os seus opositores.
Onde Jesus estava ocorria alguma transformação. As pessoas que com Ele se encontravam sempre experimentavam uma mudança em suas vidas e em sua maneira de pensar. Lendo os Evangelhos notamos que todas as pessoas que procuravam Jesus eram por Ele atendidas, ninguém saia do mesmo jeito que havia chegado. Nem mesmo os seus opositores.
Nos versículos antecedentes vemos
Jesus curando um homem paralítico (vv. 1-8), convocando um coletor de impostos
a ser seu discípulo (v. 9), ensinando sobre a necessidade de agirmos com
misericórdia (vv. 10-13) e falando sobre a renovação trazida pela vinda do
Messias (vv. 14-17).
A partir dos versículos lidos, vemos Jesus fazendo a diferença na vida de Jairo e sua família, e também da mulher que sofria de enfermidade grave. Jesus transformou a vida dessas pessoas, operando milagres extraordinários em seu favor.
A partir dos versículos lidos, vemos Jesus fazendo a diferença na vida de Jairo e sua família, e também da mulher que sofria de enfermidade grave. Jesus transformou a vida dessas pessoas, operando milagres extraordinários em seu favor.
A ação de Jesus em favor dos que
nEle creem, porém, não ficou restrita aos tempos passados, pois Ele continua
agindo hoje da mesma maneira. Precisamos analisar as atitudes adotadas pelas
pessoas que se achegaram a Jesus nos tempos bíblicos, para aprender com elas
algumas lições valiosas para que possamos nos conduzir de maneira a
experimentarmos o agir de Jesus em nossas vidas.
1) Aproximar-se de Jesus com reverência
Quando estamos
diante de autoridades (juiz, prefeito, governador, etc.), adotamos uma postura
de respeito. Usamos trajes adequados, palavreado adequado, pois reconhecemos
que estamos diante de alguém que deve ser respeitado. Que dizer, então, da
postura que devemos adotar quando estamos diante de Jesus, Aquele que tem
autoridade sobre tudo e sobre todos, que está acima de todos os que são investidos
de autoridade sobre a terra!
O texto lido
mostra que Jairo, chefe da sinagoga, aproximou-se de Jesus com reverência.
Mateus não cita o nome do chefe da Sinagoga, mas Marcos e Lucas o identificam
como Jairo. Ainda, Mateus narra que Jairo adorou Jesus (v.18), enquanto Marcos
usa a expressão “prostrou-se a seus pés” (Mc 5.22), da mesma maneira que Lucas
(Lc. 8.41).
A mulher que
sofria de hemorragia também se aproximou com reverência, e após ter sido
descoberta porque Jesus queria saber quem havia tocado suas vestes, demonstrou
essa reverência prostrando-se diante dEle (Mc. 5.33; Lc. 8.47).
Essas duas
pessoas, assim como as demais que se aproximavam de Jesus em busca de Sua ajuda,
demonstraram grande reverência para com Ele, deixando evidente que sabiam
tratar-se de alguém que estava acima de um ser humano comum. São atitudes que
mostram, na verdade, a certeza de que Jesus era o Filho de Deus, e que assim
como era necessário agir com reverência perante Deus Pai, também com relação ao
Filho tal atitude devia ser adotada.
Interessante
notar o contraste entre as personagens dessa passagem: Jairo era chefe da
sinagoga, pessoa que tinha maior destaque do que os judeus comuns. Nessa
função, ele era o responsável por organizar a liturgia na sinagoga, escolhendo
quem deveria ler as Escriturar e conduzir a oração.
A mulher
hemorrágica, porém, era uma pessoa simples, sem destaque social. Pelo
contrário, sua enfermidade a tornava uma marginalizada, porque era
cerimonialmente impura e não podia se casar. Ela era o oposto de Jairo em
termos de status social. Além disso,
era mulher, e naquela sociedade a mulher não tinha a mesma liberdade do homem,
ela nem mesmo era incluída na contagem da população.
Ambos, porém,
se achegaram a Jesus com a mesma atitude de reverência. Jairo não se julgou
merecedor da atenção de Jesus por causa de sua função, antes, adotou uma
postura de humildade. A mulher, sabedora de sua condição, portou-se de forma humilde
e com toda a reverência, tentando não incomodar Jesus, dispondo-se a apenas
tocar na orla de suas vestes.
A reverência para
com Jesus é sinal de que temos consciência de quem nós somos e de quem Jesus é.
De que Jesus é o Senhor dos senhores, Mestre de nossas vidas. Uma atitude de
reverência demonstra nosso reconhecimento de que Jesus não é como nós, Ele está
muito acima de nós e é verdadeiramente o Deus Filho, digno de toda honra e
glória.
É essencial
que, ao buscarmos nosso Senhor Jesus, façamos isso em atitude de respeito,
reverência, humildade, jamais pensando que merecemos algo ou que Jesus é
obrigado a nos atender, mas reconhecendo que somos dependentes de Sua Graça.
Tentar
aproximar-se de Jesus com atitude de arrogância, exigindo algo como se Ele
fosse nosso servo, e não nós Seus servos, é exatamente o que jamais deve ser
feito, embora haja exemplos disto aos montes no mundo antigo e no atual.
Nos dias de
Jesus, havia pessoas que se julgavam merecedoras das bênçãos de Deus por serem
religiosas, como os fariseus. Não conseguiam ser humildes na presença do
Altíssimo. Julgavam-se mais merecedores do favor divino do que as demais
pessoas.
Atualmente não
é diferente, pois muitos crentes pensam que podem exigir algo de Jesus, e se
aproximam dEle de forma arrogante, fazendo exigências e tratando Jesus como um
mero atendedor de pedidos.
A Palavra,
porém, nos diz que Deus rejeita os soberbos, mas dá graça aos humildes.
Se Jairo e a
mulher com hemorragia tivessem se achegado a Jesus exigindo algo ou pretendendo
fazer alguma barganha com Ele, certamente teriam ouvido duras palavras de
correção e não seriam atendidos. Mas como eles se aproximaram com humildade e
reverência, foram acolhidos por Jesus.
Também não se
pode estar na presença de Jesus portando-se como se Ele fosse um de nós,
confundindo-o com o amigo de conversas triviais, porque Ele é muito mais do que
isso. Pessoas participam dos cultos coletivos usando bonés, com trajes
inadequados, com atitude de coração não voltada à adoração, mas apenas
espelhando religiosidade.
Muitas pessoas
entram em um templo no horário de culto como se estivessem entrando em uma
feira livre ou qualquer outro lugar de encontro com as pessoas, falando alto,
conversando sobre futebol, novela, roupa, viagem e diversas outras coisas,
quando deveriam se colocar em oração e leitura da Bíblia, em preparação para o
momento de adoração coletiva.
Às vezes
parece que até os demônios têm mais reverência à pessoa de Jesus do que muitos
crentes. A Bíblia diz que os demônios se submetiam a Ele, pediam sua permissão
para, ao saírem de uma pessoa, irem para uma manada de porcos, etc.,
reconhecendo a Sua autoridade como o Filho de Deus.
O cristão
nunca deve se esquecer de ter uma atitude de reverência para com o Senhor
Jesus, e isto não se restringe aos momentos de culto coletivo, mas se trata de
uma postura a ser adotada para a vida, pois onde estivermos Jesus também estará,
jamais saímos de Sua presença, e isso deve estar sempre em nossas mentes.
O Rei dos reis
merece toda nossa reverência.
2)
Aproximar-se
de Jesus com fé
As duas pessoas que foram até Jesus
nessa passagem tinham problemas diferentes. Jairo, o chefe de sinagoga, estava
com sua filha à beira da morte, e no intervalo entre sua ida até Jesus e o
retorno a casa, ela faleceu. Mateus narra os fatos de maneira mais condensada,
mas lendo Marcos e Lucas vemos que a criança, de 12 anos de idade, estava muito
mal, quase morta quando Jairo foi até Jesus. De qualquer maneira, humanamente
era impossível a cura da menina, e sua morte era a única certeza que Jairo
tinha, tanto que logo chegaram pessoas para informar a Jairo que a criança
havia morrido.
A mulher, por sua vez, tinha um problema
de saúde que lhe causava enorme sofrimento: por doze anos ela vinha padecendo
com hemorragia, e os médicos não conseguiram encontrar uma cura para a sua
doença. Ela já havia gastado tudo o que tinha na busca pela cura, sem êxito. A
enfermidade fazia com ela fosse marginalizada, pois era considerada
cerimonialmente impura, ou seja, não podia participar dos cultos a Deus nem
oferecer sacrifícios a Ele. Quem tocasse nela ficaria impuro e teria que passar
por um ritual de purificação. Ela não podia se casar, pois o homem também seria
impuro.
Os dois problemas eram gigantescos,
impossíveis de solução aos olhos humanos. Ninguém podia salvar a filha de Jairo
da morte. Ninguém podia curar a mulher de sua hemorragia.
Apesar disso, ambos se aproximaram de
Jesus movidos por uma fé maior do que os problemas enfrentados. Jairo afirmou
com convicção: “mas vem, impõe a mão sobre ela, e viverá” (v. 18). Note-se que
Jairo não disse que Jesus talvez pudesse ajudar sua filha, pelo contrário, ele
declarou que se o Senhor impusesse a mão sobre a criança, ela viveria.
A mulher, a seu turno, conjecturou
consigo mesma: “seu eu lhe tocar a veste, ficarei curada” (v. 22). Ela
acreditava que não seria necessário nem mesmo que Jesus fizesse ou dissesse
algo, bastaria tocar nas vestes dEle para que o milagre acontecesse.
A fé é o elemento essencial no
relacionamento com Jesus. Somente quem tem fé se aproxima verdadeiramente de
Jesus e caminha com Ele.
Não se pode confundir fé com
religiosidade. A fé implica em confiar em Jesus de tal maneira que, por mais
que pareça impossível achar uma solução, ainda assim cremos que Ele tem a saída
e a melhor resposta.
Para quem verdadeiramente crê, não há
impossível, porque Jesus tudo pode.
O que poderia ser considerado mais
impossível do que ressuscitar uma pessoa morta? Isso está fora do alcance de
qualquer ser humano, e por mais que a ciência avance, não há como dar vida a
quem morreu.
Existem hoje doenças incuráveis, para as
quais a ciência não encontrou a cura. Ou seja, são casos impossíveis.
É nessas situações que o poder de Jesus
se manifesta para glória de Deus. Ele age onde o ser humano não pode fazer
nada. Ele vem cobrir a incapacidade humana. O poder de Jesus cobre nossa
fraqueza.
Libertação de vícios, restauração de
relacionamentos, reestruturação de famílias, cura de enfermidades,
transformação de vida... tudo isso e muito mais pouco representa diante do
poder de Jesus.
Mas
a principal bênção que obtemos dEle é a salvação, e esta definitivamente é
impossível de ser alcançada por esforços e méritos humanos, porém Jesus a
concede ao que nEle crê verdadeiramente.
A fé impulsiona as pessoas na direção de
Jesus e as leva a obedecer à Sua Palavra.
3)
Experimentar
o Poder de Jesus em nossa vida
Como resultado
de sua atitude de reverência e de fé, Jairo e a mulher puderam experimentar o
poder de Jesus em suas vidas.
Jairo viu sua
filha, que estava morta, ser devolvida ao seio familiar com plena saúde.
A mulher viu
sua hemorragia cessar imediatamente, readquirindo sua dignidade.
Eles creram
que Jesus podia fazer o impossível, e viram esse impossível ser realizado.
Em toda a
Bíblia vemos exemplos de pessoas que experimentaram o extraordinário poder de
Deus em suas vidas. Ana, que era estéril, se tornou mãe de Samuel, e depois
teve mais três filhos e duas filhas (1Sm 2.21). A nação de Israel, saindo do
Egito, viu o Mar Vermelho se abrir diante de seus olhos, e passou sem molhar
seus pés (Ex. 14.21-22). A viúva de Sarepta viu o azeite da botija e a farinha
se multiplicarem diariamente enquanto durou a seca na terra, tendo alimento para
seu sustento, e depois viu seu filho ressuscitado pela ação de Deus por meio do
profeta Elias (1Reis 17..8-16).
Em todos os
casos estavam presentes a reverência e a fé.
Nos nossos
dias o Senhor Jesus continua agindo e manifestando Seu poder, socorrendo
àqueles que a Ele se achegam com reverência e fé. Não importa o tamanho do
problema, o nível de dificuldade, tudo é possível ao Nosso Senhor.
“Tudo
é possível ao que crê” (Mc. 9.23), porque crê no Deus do impossível.
A grande
diferença entre o cristão e o incrédulo é que o cristão, mesmo diante de
situações aflitivas que não têm solução aos olhos humanos, não se desespera,
pois ele sabe em quem confia e que o Senhor tudo pode.
Todos nós
podemos experimentar o maravilhoso poder de Jesus em nossa vida, pois Ele ainda
é o mesmo, e continua agindo em favor dos que O temem.
CONCLUSÃO
Nós somos
seres limitados, mas servimos a um Deus que não conhece limites. Somos finitos,
mas servimos a um Deus que é infinito. Nossas atitudes em relação ao Nosso
Senhor vão ser o divisor de águas entre uma vida cristã mediana e uma vida
cristã extraordinária, repleta do agir de Jesus.
Negligência,
irreverência e incredulidade produzem vida cristã morna. Reverência e fé levam
à manifestação constante do poder de Jesus em nós, levando-nos a um nível muito
mais elevado de relação com o Mestre.
Que Jesus
Cristo nos conceda a bênção de sermos pessoas tementes, reverentes e de fé,
para que possamos não apenas ver Seu poder em ação em nossas vidas, mas também
nas vidas das pessoas ao nosso redor, que devem ver em nós o reflexo de Nosso
Mestre Supremo.
“Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando;
porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e
lançada de uma para outra parte.” (Tiago 1.6)
“Por isso, também Deus o exaltou
soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de
Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da
terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de
Deus Pai.” Filipenses 2:9-11
José Vicente
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