Anás e Caifás eram dois respeitados sumos-sacerdotes em Jerusalém. Eles tinham grande conhecimento das Sagradas Escrituras, algo que hoje seria como um doutorado em teologia. Por esse conhecimento, eles se julgavam conhecedores de Deus, e criam que tinham condições de falar o que se passava na mente de Deus. Julgavam-se os secretários de Deus na terra.
Também por sua posição privilegiada (sumo sacerdote gozava de um status elevado no nível sócio-religioso), consideravam-se superiores aos demais seres humanos, e se viam como super-crentes, merecedores de especiais favores divinos e possuidores de autoridade sobre as vidas das pessoas. Eles se julgavam mais santos que os seres comuns, e se alguém tinha que ir para o céu, obviamente eles seriam os primeiros da fila.
Esse pensamento não fazia morada apenas nas mentes de Anás e Caifás, mas, semelhantemente a eles, os demais líderes religiosos daquela época sofriam dessa síndrome. Bastava terem um título (mestre da lei, doutor da lei, escriba, etc.), para que se julgassem super-crentes, e se arrogassem um poder extra sobre as vidas dos que não tinham status religioso.
Anás e Caifás se envolveram diretamente na morte de Jesus. Eles não queriam saber de ninguém que ameaçasse a sua posição privilegiada na sociedade judaica. Suas vidas não eram embasadas na essência das Escrituras, mas haviam sido criadas tantas tradições, tantos formalismos e legalismos, que quando apareceu Jesus destruindo aquele sistema diabólico, que não tinha nada a ver com Deus, obviamente os líderes religiosos não poderiam deixá-lo prosseguir.
Jesus pregava amor, misericórdia, perdão, humildade... Os líderes religiosos de então desconheciam essas palavras em termos de prática na vida. O amor que eles conheciam era aquele que devotavam a suas tradições, seus formalismos e seus legalismos. A misericórdia que eles julgavam existir só se aplicava no que dizia respeito aos pecados deles mesmos (e olhe que eles se consideravam quase que impecáveis), mas para as pessoas comuns, valiam apenas as condenações da Lei. Perdão, humildade e outras virtudes não existiam em seus dicionários.
Anás, Caifás e companhia só queriam se perpetuar no poder, destruir os que consideravam seus opositores, mandar na vida alheia, continuar a possuir status de “homens de Deus”, intocáveis, e para isso seriam capazes de matar, como fizeram com Jesus, que não tinha nenhuma semelhança com eles, que não amava o poder, embora fosse Ele próprio O Poder acima de todo poder, não buscava títulos nem cargos “santos”, embora Ele fosse o Nome acima de todo nome, e o Santo dos santos, e tratava os seres humanos como humanos, que precisam de amor, misericórdia, inclusão, perdão, compreensão, instrução verdadeira e desinteressada, etc.
Hoje, o mundo está cheio de pessoas com a Síndrome de Anás e Caifás. O meio cristão está repleto de gente assim, que vive para defender tradições, formalismos e legalismos, que não aceita o fato de outras pessoas pensarem ou agirem de forma diferente, que fala de amor e misericórdia, mas têm no coração apenas a Lei para ser aplicada a quem fraqueja e erra, embora eles próprios queiram ser tratados com amor e misericórdia.
Como Anás e Caifás, muitos líderes de hoje se sentem superiores aos demais crentes, julgam que possuem uma “unção especial”, e se esquecem que Jesus veio constituir um reino de sacerdotes, composto por todos os que creem no Seu Nome, conforme diz a Escritura. Hoje, se Jesus estivesse no nosso meio como homem, certamente seria fortemente atacado por muitos líderes cristãos, assim como foi nos tempos de sua primeira vinda. Dificilmente deixariam que Ele ocupasse um púlpito para pregar. Quando vissem que Jesus não se parece com o que eles pregam, imediatamente tratariam de tirá-lo de cena.
Infelizmente, o tempo passou mas a Síndrome de Anás e Caifás permanece, e cada vez mais forte. Cuide de si mesmo para que essa Síndrome não o contamine, caso contrário, você também rejeitará o Jesus bíblico, e preferirá o Jesus criado pela religião, que representa todos os valores do mundo, mas está longe dos valores de Deus.
José Vicente
QUE JESUS CONTINUE ILUMINANDO VOCÊS, BEIJO NO CORAÇÃO... Helena.
ResponderExcluirque Deus continue a te usar para expessar sempre a verdade.
ResponderExcluirAlmir
Ótimo, e foi assim que fechei meu devocional de hoje !!
ResponderExcluirShow
ResponderExcluirPerfeito esse texto. Parabéns! A pura realidade.
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