sábado, 28 de março de 2015

ACHEGUEMO-NOS A JESUS DA FORMA ADEQUADA

Mateus 9:18-26
Textos paralelos: Marcos 5.21-43; Lucas 8.40-56

Jesus caminhava entre os seres humanos como se fosse igual a eles, vendo de perto suas mazelas e ajudando-os a superar suas fraquezas. Ele lhes ensinava o Caminho para a reconciliação com Deus, e por meio de sua ação mostrava o quão perto Deus estava do ser humano. Jesus demonstrava que Deus não era um ser inalcançável, alheio aos sofrimentos das pessoas, mas era um Deus que se preocupava com os seres humanos e manifestava misericórdia para com aqueles que O buscassem.
Onde Jesus estava ocorria alguma transformação. As pessoas que com Ele se encontravam sempre experimentavam uma mudança em suas vidas e em sua maneira de pensar. Lendo os Evangelhos notamos que todas as pessoas que procuravam Jesus eram por Ele atendidas, ninguém saia do mesmo jeito que havia chegado. Nem mesmo os seus opositores.
Nos versículos antecedentes vemos Jesus curando um homem paralítico (vv. 1-8), convocando um coletor de impostos a ser seu discípulo (v. 9), ensinando sobre a necessidade de agirmos com misericórdia (vv. 10-13) e falando sobre a renovação trazida pela vinda do Messias (vv. 14-17).
A partir dos versículos lidos, vemos Jesus fazendo a diferença na vida de Jairo e sua família, e também da mulher que sofria de enfermidade grave. Jesus transformou a vida dessas pessoas, operando milagres extraordinários em seu favor.
A ação de Jesus em favor dos que nEle creem, porém, não ficou restrita aos tempos passados, pois Ele continua agindo hoje da mesma maneira. Precisamos analisar as atitudes adotadas pelas pessoas que se achegaram a Jesus nos tempos bíblicos, para aprender com elas algumas lições valiosas para que possamos nos conduzir de maneira a experimentarmos o agir de Jesus em nossas vidas.

1)      Aproximar-se de Jesus com reverência
Quando estamos diante de autoridades (juiz, prefeito, governador, etc.), adotamos uma postura de respeito. Usamos trajes adequados, palavreado adequado, pois reconhecemos que estamos diante de alguém que deve ser respeitado. Que dizer, então, da postura que devemos adotar quando estamos diante de Jesus, Aquele que tem autoridade sobre tudo e sobre todos, que está acima de todos os que são investidos de autoridade sobre a terra!
O texto lido mostra que Jairo, chefe da sinagoga, aproximou-se de Jesus com reverência. Mateus não cita o nome do chefe da Sinagoga, mas Marcos e Lucas o identificam como Jairo. Ainda, Mateus narra que Jairo adorou Jesus (v.18), enquanto Marcos usa a expressão “prostrou-se a seus pés” (Mc 5.22), da mesma maneira que Lucas (Lc. 8.41).
A mulher que sofria de hemorragia também se aproximou com reverência, e após ter sido descoberta porque Jesus queria saber quem havia tocado suas vestes, demonstrou essa reverência prostrando-se diante dEle (Mc. 5.33; Lc. 8.47).
Essas duas pessoas, assim como as demais que se aproximavam de Jesus em busca de Sua ajuda, demonstraram grande reverência para com Ele, deixando evidente que sabiam tratar-se de alguém que estava acima de um ser humano comum. São atitudes que mostram, na verdade, a certeza de que Jesus era o Filho de Deus, e que assim como era necessário agir com reverência perante Deus Pai, também com relação ao Filho tal atitude devia ser adotada.
Interessante notar o contraste entre as personagens dessa passagem: Jairo era chefe da sinagoga, pessoa que tinha maior destaque do que os judeus comuns. Nessa função, ele era o responsável por organizar a liturgia na sinagoga, escolhendo quem deveria ler as Escriturar e conduzir a oração.
A mulher hemorrágica, porém, era uma pessoa simples, sem destaque social. Pelo contrário, sua enfermidade a tornava uma marginalizada, porque era cerimonialmente impura e não podia se casar. Ela era o oposto de Jairo em termos de status social. Além disso, era mulher, e naquela sociedade a mulher não tinha a mesma liberdade do homem, ela nem mesmo era incluída na contagem da população.
Ambos, porém, se achegaram a Jesus com a mesma atitude de reverência. Jairo não se julgou merecedor da atenção de Jesus por causa de sua função, antes, adotou uma postura de humildade. A mulher, sabedora de sua condição, portou-se de forma humilde e com toda a reverência, tentando não incomodar Jesus, dispondo-se a apenas tocar na orla de suas vestes.