TEXTO BASE: MATEUS 5.9
“Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de
Deus.”
INTRODUÇÃO
No nosso mundo a palavra paz
parece não ter seu significado conhecido por muitos seres humanos,
principalmente aqueles que vivem em regiões de constantes conflitos como a
Síria, Oriente Médio, Coreia do Norte e outros países onde continuamente surgem
discórdias, guerras e muitas mortes.
Acompanhamos pelos noticiários as
informações de grupos radicais promovendo atentados, levando medo e sofrimento
às pessoas, criando um ambiente em que a palavra paz seja algo totalmente
estranho e distante.
Mas não precisamos ir muito
longe, pois em nosso país, embora haja liberdade, muitos vivem sem paz.
Constantemente testemunhamos conflitos pessoais, sociais, políticos,
religiosos, e há muito mais pessoas para estimular as contendas e a violência
do que para apaziguar os ânimos e buscar o restabelecimento da paz.
De acordo com o dicionário,
pacificador é aquele que promove a paz, que busca a conciliação.
Na história da humanidade se
destacaram alguns pacificadores, dentre os quais podemos citar Martin Luter
King, Mahatma Gandhi, Madre Tereza, Nelson Mandela, e outros. Porém o maior e
mais importante pacificador que já passou pela face da terra se chama Jesus, o
Cristo, o Filho de Deus.
Durante sua vida Jesus se
empenhou em ensinar aos seres humanos a importância do amor e da paz. Ele nunca
incitou atos de violência ou de revolta, pelo contrário, incentivou a prática
da solidariedade, da longanimidade e do perdão.
Na passagem que lemos, conhecida
como Sermão da Montanha, Jesus está ensinando aos seus discípulos e à multidão
que o ouvia os princípios que devem nortear a vida de um cidadão do Reino dos
Céus. Então, Jesus afirma que “os pacificadores serão chamados filhos de Deus”.
É interessante notar que João, ao
escrever um dos Evangelhos, assim afirmou:
“Mas, a todos quantos o
receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no
seu nome.” João 1:12
João diz que são chamados filhos
de Deus os que creem em Jesus, enquanto Jesus diz que são chamados filhos de
Deus os pacificadores. Embora pareça haver contradição entre os dois textos,
eles se complementam e trazem a mesma mensagem. A ligação entre esses textos
foi apresentada por Isaias, muitos anos antes, quando ele assim profetizou:
“Porque
um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus
ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da
Eternidade, Príncipe da Paz.” Isaias 9.6
Isaias falava sobre a vinda do
Messias, e um dos nomes que Ele receberia era “Príncipe da Paz”. Sabemos que
Jesus é o Messias prometido por Deus, como nos testificam as Escrituras e o
Espírito Santo que em nós habita.
Ora, se somos discípulos de
Jesus, consequentemente somos seguidores do Príncipe da Paz. E se Ele é o nosso
Mestre e Senhor, assim como Ele foi um pacificador, todo aquele que afirma nEle
crer deve seguir os seus passos, buscando o estabelecimento da paz.
“Aquele
que diz que está nele, também deve andar como ele andou.” 1 Jo 2.6
Não há possibilidade de sermos
discípulos de Jesus, de dizermos que cremos nEle como nosso Senhor e Salvador,
que Ele é o dono de nossas vidas, se não nos empenhamos em manifestar em nós
mesmos uma das mais importantes características que Jesus demonstrava e que
deve estar presente em todo aquele que nEle crê: a promoção da paz.
Com base nas Escrituras, vamos
destacar as principais áreas de atuação de pacificador.
1. PAZ ENTRE OS SERES HUMANOS
O pacificador é alguém que
incessantemente procura o estabelecimento da paz entre as pessoas. Ele não tem
prazer na discórdia, nos conflitos, nas inimizades, nas separações. Ele não
atua como um desagregador, não incentiva a contenda.
Eis algumas atitudes de um
pacificador em relação às pessoas:
i) Perdoa:
ainda que seja ofendido, um pacificador pratica o ensinamento de Jesus e libera
perdão ao seu ofensor, de maneira a não criar em seu próprio coração raízes de
amargura. Ele sabe que não conseguirá sentir paz consigo mesmo se alimentar
mágoas e rancor, e também não viverá em paz com os outros. Por mais difícil que
seja, ele busca forças em Deus para perdoar, sabendo que ele próprio recebeu de
Deus o perdão pelas ofensas feitas contra o Altíssimo. Como disse Jesus ao
falar sobre o perdão, se não perdoarmos as pessoas não seremos perdoados por
Deus (Mt. 18.21-35).
ii) Estimula
a prática do perdão: o pacificador não apenas perdoa, mas procura levar as
pessoas a se perdoarem umas às outras. Quando alguém lhe faz uma queixa por ter
sido ofendido, afrontado por outrem, ele não estimula a ira e a desavença, mas
procura conduzir as pessoas a uma reflexão sobre a situação para que haja
perdão e reconciliação.
iii) Tem
palavras brandas: o pacificador se esforça para usar as palavras de forma a
edificar as pessoas. Ele não responde impulsivamente, mas reflete no que diz e
procura falar de forma a não incitar ainda mais a ira. Ele não joga mais lenha
na fogueira, pelo contrário, atua como a água que vem para apagar o incêndio.
(“A
resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.” Pv.15.1)
iv) Evita
falatórios e dissensões: quando alguém lhe conta uma fofoca, fala de outra
pessoa de forma depreciativa, negativa, ele não dá prosseguimento a isso,
antes, tenta evitar que a pessoa continue a agir daquela forma, pois sabe que o
final pode ser uma grande desavença e divisão. Não estimula o falatório que
pode acabar em inimizade.