terça-feira, 22 de maio de 2012

UM POVO ABENÇOADO POR DEUS


TEXTO BASE: NÚMEROS 23.13-26

O panorama desenhado no contexto em está inserida a passagem lida revela que Israel estava, naquele momento, em sua segunda peregrinação pelo deserto rumo à Terra Prometida. O povo já havia chegado às portas de Canaã, porém, ante sua incredulidade e falta de confiança em Deus, sua entrada na terra foi impedida pelo SENHOR, que determinou que continuassem no deserto até que a próxima geração tivesse condições de receber o cumprimento da promessa de uma terra abençoada.

Durante essa peregrinação, Israel tinha que passar por territórios ocupados por diversos povos, e estes não nutriam simpatia pelo povo de Deus. Muitos temiam Israel por ser numeroso, e como havia muitos conflitos envolvendo a posse de terras naquele tempo, pensavam que os hebreus tentariam tomar suas propriedades. Assim, esses povos enviavam suas tropas para pelejar contra Israel, mas acabavam derrotados, e então Israel tomava posse de suas terras, como registrado no capítulo 21.

Quando Israel se acampou nas campinas de Moabe, Balaque, que era rei dos moabitas, teve grande medo, pois sabia como os amorreus e outros povos haviam sido derrotados por Israel, e tinha consciência de que não teria chance de vencer uma batalha contra esse povo. Por esta razão, resolveu chamar um profeta de nome Balaão, a fim de que este amaldiçoasse ao povo de Israel, pois julgava que, assim, conseguiria obter vitória.

Após ser advertido duas vezes por Deus, Balaão foi atender ao chamado de Balaque, mas afirmou que somente falaria aquilo que o SENHOR lhe determinasse.

Balaque levou Balaão a três lugares diferentes, de onde era possível avistar o povo de Israel, a fim de que ele lançasse sobre eles uma maldição, mas nas três oportunidades Balaão não conseguiu amaldiçoar a Israel, antes, proferiu bênção sobre o povo, provocando a ira de Balaque, que mandou Balaão voltar para sua terra.

A história relatada nos capítulos 22 a 25 de Números tem muitos ensinamentos a nos transmitir, mas vamos, aqui, destacar apenas alguns deles:

                 1)  O POVO DE DEUS É UM POVO ABENÇOADO (cap. 23.20)

Quando Balaque chamou Balaão, sua intenção era de que o profeta amaldiçoasse a Israel e, assim, o povo ficasse fraco e não pudesse resistir ao exército dos moabitas, porém Balaão, não tendo como amaldiçoar a Israel, proferiu as seguintes palavras:

“Eis que para abençoar recebi ordem; ele abençoou, não o posso revogar.” (v. 20)

Balaão falou de uma verdade que está firmada desde os tempos antigos: Deus abençoou o Seu povo, e não há quem possa revogar essa bênção.

Muitos anos atrás, quando Deus chamou Abraão para formar o Seu povo, o SENHOR abençoou a Abraão e à sua descendência, prometendo que esta seria numerosa, forte, e que seriam benditos todos os que abençoassem Abraão e sua descendência, e malditos os que os amaldiçoassem (Gênesis 12.1-3).

Em diversas outras ocasiões no Livro de Gênesis veremos Abraão sendo abençoado, bênçãos estas que se estenderiam à sua descendência. Deus prometeu que a descendência de Abraão possuiria a terra de Canaã, tomaria as cidades dos inimigos e nela (sua descendência) seriam benditas todas as nações da terra.

Portanto, a bênção impetrada por Deus sobre Abraão alcançou toda a sua descendência, não apenas na época de sua vida, mas todas as gerações posteriores.

Israel era descendência de Abraão. Ele gerou a Isaque, o filho da promessa; este gerou a Jacó, escolhido por Deus para prosseguir na linhagem do povo eleito, e que teve seu nome mudado pelo SENHOR para Israel. Deus repetiu para Israel as palavras de bênção que havia dito a Abraão (Gn. 28.13-15).

Assim, aquele povo que peregrinava no deserto em busca de Canaã contava com a bênção de Deus sobre si, a bênção que havia sido dada a Abraão centenas de anos antes, e que homem nenhum jamais teria o poder de revogar, ainda que quisesse. Balaão bem que tentou, mas não lhe foi possível, pois ele sabia que não podia contender com o Altíssimo.

A mesma bênção que Deus impetrou sobre Abraão e sua descendência chegou até nós, Igreja de Cristo. Alguém poderá dizer: “mas de que forma isso se deu, se nós não somos israelitas, não somos judeus, não somos descendência genealógica de Abraão?”.

Ora, a promessa feita a Abraão, como já dissemos, se estendeu a toda a sua descendência, mas não se trata apenas da descendência genealógica, envolve aqueles que têm fé no Altíssimo e no Messias como tinha Abraão, e é aí que nós estamos inseridos.