quarta-feira, 22 de julho de 2009

OLHOS BONS X OLHOS MAUS


“São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!” (Mateus 6:22-23)

A passagem acima se encontra no conhecido Sermão do Monte, onde Jesus profere uma série de ensinamentos para a vida, sempre tendo em mira o modo de vida a ser seguido por um cidadão do Reino dos Céus.

Para uma melhor compreensão da lição aqui ensinada por Jesus, faz-se necessário verificar o contexto em que está inserida a mensagem, pois isto permitirá evitar conclusões equivocadas.

Em todo o Sermão do Monte Jesus ministra palavras de transformação, de conduta, comportamento, de relacionamento dos seres humanos entre si e com Deus. No capítulo 6, onde se encontra a passagem que hoje focalizamos, Jesus fala sobre os valores que norteiam a vida das pessoas.

No versículo 1 do Capítulo 6, Jesus fala sobre aqueles que exercem sua justiça perante os homens, para serem por eles vistos. Há, aqui, uma clara referência ao desejo de obter glória, reconhecimento, massagem do ego, por parte de quem pratica os chamados atos de justiça, porque não age no intuito de realmente exercer a justiça, mas, sim, de conseguir proeminência perante os homens, o que, para Deus, é abominável.

Nos versículos 2-4 Jesus aborda o tema da caridade. Entretanto, sua orientação é no sentido de que obras de caridade não devem jamais ser feitas com o intuito de chamar a atenção das pessoas para si mesmo. Jesus critica a motivação egoísta das pessoas que, ao fazerem um ato de caridade, estão na verdade pensando em si mesmas, para serem vistas como boas pessoas, e até mesmo para poderem tentar fazer alguma barganha com Deus, apresentando suas obras como se fossem capazes de servir como moeda de troca. A motivação correta é fazer caridade por amor a Deus e ao próximo, e por esta razão, nunca se deve buscar reconhecimento de homens, nem fazer propaganda de seus bons atos, pois esse procedimento não agrada a Deus.

Dos versículos 5-15 Jesus enfoca a oração. Os líderes religiosos daquela época tinham o hábito de orarem em pé nas sinagogas e nas praças, mas isso não era uma evidência de espiritualidade, e, sim, demonstração inequívoca de que tais pessoas estavam buscando serem vistas pelos homens e angariar admiração para si. Queriam que as pessoas elogiassem suas belas e longas orações, que vissem que suas orações eram fervorosas e poderosas. Seus pensamentos não estavam voltados a Deus no momento das orações, mas sim aos próprios homens. Por isto, foram chamados de hipócritas, ou seja, eram como atores que representavam um papel, mas suas vidas não refletiam aquilo que tentava aparentar.

Hoje se vê muito esse tipo de comportamento, tanto de pessoas que querem exercer justiça para serem vistas pelos homens, como aquelas que fazem caridade para serem elogiadas e tidas como auxiliadoras do próximo, e, ainda, as que fazem orações bonitas, cheias de frases de efeito e chavões religiosos, em voz alta, com os braços levantados, atraindo a atenção dos outros para si. Então se diz que fulano tem oração forte. Quando alguém precisa de auxílio divino, não ora por si mesmo, nem pede a um irmãozinho mais “simples”, mas vai em busca do fulano que tem oração forte, como se o poder estivesse naquele que ora, e não nAquele a Quem a oração deve ser dirigida.

No versículo 13 Jesus dá uma lição que não deve ser esquecida: “pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre.” Após dizer várias vezes, de forma contundente, que o homem não deve buscar glória para si mesmo, Jesus diz a quem deve ser dada toda a glória: Deus. Sim, somente a Deus deve ser dada glória. O ser humano deve fazer tudo para a glória de Deus. Motivações egoístas não têm lugar no Reino de Deus. A Ele pertencem o reino, o poder e a glória. Assim, a busca por reconhecimento e proeminência significa busca de valores terrenos, que não se amoldam aos valores do Reino de Deus. A tentativa de querer demonstrar algum poder através de atos ou de orações “fortes” não condiz com a realidade do Reino de Deus, pois o poder não pertence ao homem, mas a Deus. Não foi o homem quem criou o universo, mas foi Deus, pela Sua Palavra, e Ele é quem sustenta tudo o que existe. E, finalmente, toda glória pertence a Deus, e muito infeliz é o homem que tenta usurpar isso para si.

Esse mesmo princípio está estampado nos versículos 16-18, onde Jesus adverte àqueles que jejuam com intenção de serem elogiados por sua abnegação, por sua força espiritual, por sua determinação em servir a Deus, deixando transparecer claramente a todos, através de suas fisionomias, que estão jejuando, fazendo um sacrifício, e são mais santos que os demais. É um jejum que não agrada a Deus, e que não gera crescimento para a Vida. Não haverá, para esse tipo de pessoa, boas recompensas da parte de Deus, pois optaram por receber aqui, nesta terra, uma recompensa passageira, vinda dos homens, e que não tem o poder de gerar a felicidade eterna.

A partir do versículo 19 até o 21 Jesus fala sobre pessoas que buscam acumular tesouros deste mundo. Tesouros, aqui, têm conotação de bens materiais, de riquezas, mas também podemos dizer que há muitas coisas que as pessoas consideram valiosas como tesouros, e que não são necessariamente dinheiro e posses. A vaidade, o orgulho, a fama, a glória pessoal, os prazeres da carne, a satisfação dos desejos, o famoso “viva a vida, seja feliz, faça o que tiver vontade”, são valores que se assemelham a tesouros na vida de quem os busca.

Existe clara ligação entre o que Jesus diz nesses versículos e o que consta nos anteriores, pois quem busca proeminência, glória entre os homens, elogios de homens, etc., está buscando tesouros deste mundo.

Então, Jesus fala claramente que os tesouros desta terra, aí incluído tudo o que dissemos anteriormente, são corruptíveis, se desmancham, acabam, podem ser roubados, não possuem valor eterno, mas de uma hora para outra podem ir embora. O Mestre nos orienta a buscar os tesouros celestiais, que não podem ser roubados nem se acabam, mas permanecem eternamente. O maior tesouro que se pode conseguir é a Vida Eterna, a salvação, e esse tesouro está em Jesus Cristo.

No versículo 21 Jesus diz: “porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”. Assim, se o tesouro que buscamos é terreno, aqui na terra estará nosso coração. Isso nos levará a aplicar nossa vida em coisas que perecem, e, no fim, não teremos alcançado o tesouro maior, que é a Vida Eterna com Deus.

Seguindo, no versículo 24 Jesus fala sobre a necessidade de termos um só senhor. Se nosso coração está nos tesouros desta terra, nosso senhor é a riqueza terrena. Não é por acaso que as Escrituras revelam que “o amor do dinheiro é a raiz de todos os males” (1Tim 6:10). Por amor às riquezas terrenas pessoas matam, trapaceiam, mentem, cometem insanidades, desprezam família e amigos, vendem seus corpos, abrem mão de sua dignidade, mercadejam a Palavra de Deus, e fazem todo tipo de atos reprováveis e absurdos.

Por outro lado, quando Deus é nosso Senhor, nossos valores são outros. O amor a Deus é demonstrado no amor ao próximo. Existe verdade, simplicidade, ética, dignidade, relações saudáveis com família, amigos e com todas as pessoas, caridade autêntica, oração em secreto para ser ouvida pelo Pai, boa vontade, senso moral elevado, e tudo o mais que seja bom e correto aos olhos de Deus.

É impossível permanecer com os pés em dois barcos. Há necessidade de escolher: ou servimos a Deus e acumulamos tesouro no céu, ou servimos às riquezas terrenas e delas nos tornamos escravos, tendo o mesmo fim que elas.

Complementando tudo isso, do versículo 25 até o 34 Jesus nos para não andarmos ansiosos com questões cotidianas, como o vestuário, a alimentação, a bebida, porque tudo isso é providenciado pelo Pai celeste para aqueles que buscam em primeiro lugar o Reino de Deus. Jesus não está nos convidando para sermos pessoas inconsequentes, que não trabalham nem se esforçam para conseguirem o seu sustento. A própria Escritura determina que “se alguém não quer trabalhar, também não coma” (II Tess 3:10), condenando a ociosidade e a preguiça.

O que Jesus faz é nos exortar a priorizar as coisas celestiais e confiar na providência divina. Devemos trabalhar, sim, mas o nosso trabalho não deve ocupar o lugar que é de Deus. Se o Reino de Deus for nossa prioridade, exerceremos em nossa vida os valores do Reino, e andaremos na presença de Deus. Ele, por sua vez, não deixará que nada nos falte.

É possível comparar esse relacionamento àquele que é mantido entre pais e filhos. Os filhos não amam os pais porque recebem o sustento diário, roupas e presentes, mas recebem tudo isso porque amam os pais e são por eles amados. Os filhos sabem que os pais (excetuando-se alguns desalmados) não lhes deixarão faltar nada. Ainda que não haja luxo e abundância de coisas boas mais supérfluas, o essencial nunca faltará. Da mesma forma, nosso Pai celeste tem prazer em nos abençoar, e nossa confiança nEle não é frustrada, pois, conforme está escrito, “nada falta aos que o temem” (Salmo 34:9), e, também, “nunca vi o justo desamparado, nem a sua descendência mendigar o pão” (Salmo 37:25).

Bem, mas onde se encaixa o que Jesus disse nos versículos 22-23, sobre os olhos bons e olhos maus? À primeira vista parece não haver conexão entre tudo o que foi dito, mas na verdade a lição que Jesus nos dá está intimamente ligada a todo o contexto do capítulo 6 e dos demais que apresentam o Sermão do Monte.

Olhos maus são aqueles que estão focalizando exclusivamente os tesouros terrenos. Como esses tesouros não possuem luz, os olhos que os contemplam não podem refletir a luz, e, portanto, todo o corpo fica em trevas, em escuridão. Quem vive a correr atrás dos tesouros terrenos, na verdade, não conhece a Deus, e não foi por Ele iluminado.

Já os olhos bons são aqueles que, por estarem voltados aos tesouros celestiais, refletem a luz de Deus, e, assim, todo o corpo está na luz, é iluminado.

Olhos maus são cobiçosos, invejosos, levam a pessoa a cometer atos absurdos, como dissemos acima, em nome dos tesouros terrenos, sejam eles quais forem (dinheiro, posses, prazeres, poder, proeminência, etc.).

“E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” (João 3:19).

Olhos bons são mansos, humildes, não apegados a coisas passageiras, amorosos, benignos, pois a luz de Deus não deixa que as trevas contaminem tais olhos.

“Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (João 8:12)

Olhos bons estão voltados para Jesus Cristo, e almejam a pátria celeste, sabendo que tudo o que este mundo oferece é passageiro e pode acabar de um momento para outro, mas a herança que nos está reservada no Reino de Deus é incorruptível e eterna.

“Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.” (1 Coríntios 15:19)

Não adiante dizer que cremos em Cristo, mas querermos transformá-lo em nosso mordomo para coisas terrenas. O tesouro que Ele nos oferece é a salvação, a vida eterna com Deus. Jesus não é, ao contrário do que se prega em muitos lugares hoje, corretor imobiliário, despachante, guru empresarial, fada madrinha, gênio da lâmpada, serviçal que deve nos atender em todos os nossos caprichos.

O Jesus que tem sido pregado em muitas igrejas não é o Jesus Cristo da Bíblia, antes, é uma criação do homem, produzido conforme as conveniências humanas. Esse Jesus não salva ninguém, porque não existe. Quem crê nesse Jesus, e vive apenas buscando coisas para esta vida, é muito infeliz, pois deixa de obter o bem mais precioso: a vida eterna, que está em Jesus Cristo, o Filho de Deus, que morreu na cruz, ressuscitou e está assentado à direita do Pai, de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos no grande e terrível Dia do Senhor.

“Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus.” (Col 3:1-3)

Ainda é tempo de mudar seu olhar. Reflita nisso.

José Vicente
21/07/2009

Citações da Bíblia Almeida Revista e Atualizada

quinta-feira, 9 de julho de 2009

DESÇA DA ÁRVORE, ZAQUEU



“Chegando a Jericó, atravessava Jesus a cidade. Eis que um homem rico, chamado Zaqueu, chefe dos publicanos, buscava ver quem era Jesus; todavia, sendo ele de pequena estatura, não o conseguia, devido à afluência do povo. Por esse motivo, correu adiante da multidão e subiu em uma figueira brava para observá-lo, pois Jesus ia passar por ali. Quando Jesus chegou àquele local, olhou para cima e o chamou: ‘Zaqueu! Desce depressa, pois preciso ficar hoje em tua casa’. No mesmo momento desceu Zaqueu apressado e o recebeu com enorme alegria. Todos, em meio à multidão, que presenciaram o que se passou começaram a murmurar: ‘Ele entrou na casa daquele pecador e vai hospedar-se lá!’. Então, Zaqueu tomou a palavra e comunicou a Jesus: ‘Eis a metade dos meus bens Senhor, que estou doando aos pobres; e se de alguém extorqui alguma coisa, devolverei quatro vezes mais!’. Diante disso, Jesus declarou: ‘Hoje, houve salvação nesta casa, pois este homem também é filho de Abraão. Porquanto o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido’.” (Lucas 19:1-10, King James Atualizada)

Quando chegamos ao capítulo 19 do Evangelho Segundo Lucas, vemos, nos versículos 1 a 10, a história de Zaqueu, um publicano rico que se converteu. É interessante notar que pouco antes, no capítulo 18, versículos 18 a 30, é narrado o episódio em que um jovem rico se achegou a Jesus, e lhe perguntou como poderia herdar a vida eterna. Jesus falou ao jovem sobre observar os mandamentos da Lei de Deus, e em seguida, ouvindo do rapaz que ele era um fiel cumpridor da Lei, disse-lhe que deveria vender seus bens, distribuir o resultado entre os pobres e segui-lo. O jovem, muito apegado às suas riquezas, foi-se embora cabisbaixo, pois lhe seria muito doloroso abandonar sua fortuna e partir para uma vida de renúncias.

Então, Jesus afirma, com o coração entristecido pela reação do jovem, que é muito difícil um rico entrar no Reino de Deus. Diante dessa palavra do Mestre, veio a pergunta: “Se é dessa maneira, quem poderá se salvar?”, ao que Jesus respondeu: “Tudo o que é impossível aos seres humanos é possível para Deus”. (vv. 26-27 de Lc. 18)

Após curar um cego na estrada para Jericó, Jesus entra na cidade e demonstra, na prática, o que havia dito anteriormente, quanto ao poder de Deus para realizar o que é impossível aos homens. Zaqueu, um homem muito rico, se converteu, pois ao contrário do jovem rico do capítulo 18, abriu mão de sua fortuna terrena para conquistar um tesouro eterno e incorruptível.

Lendo a história de Zaqueu, podemos extrair algumas lições muito importantes:

1) JESUS NOS ATRAI COM SEU INFINITO AMOR (v. 2-4)

O texto bíblico nos mostra que Zaqueu estava muito ansioso para conhecer Jesus. Ele com certeza ouvira falar daquele Mestre judaico que se diferenciava dos demais mestres, que dava atenção a pessoas desprezadas e marginalizadas, que curava enfermos e libertava os cativos, que ensinava com autoridade e exalava amor em seus atos e suas palavras.

Seu desejo de conhecer a Jesus era tão grande, que ele foi capaz de superar o obstáculo que representava sua baixa estatura em meio à multidão, e subiu em uma árvore, de onde poderia ver Jesus passando. Note que Zaqueu não se importou se alguém iria achar ridículo que um homem rico, com status social, como ele, subisse em uma árvore na rua como se fosse uma criança. Ele queria ver Jesus.

Há uma canção que tem sido bastante cantada nestes dias, onde é dito: “como Zaqueu quero subir o mais alto que eu puder, só pra te ver, olhar para ti, e chamar tua atenção para mim”. É uma bela música, entretanto, como se refere à história de Zaqueu, um detalhe deve ser observado: Zaqueu não subiu na árvore para atrair a atenção de Jesus. Na verdade, Jesus foi quem chamou a atenção de Zaqueu, e por este motivo, movido pela irresistível atração de Jesus, Zaqueu se dispôs a subir na árvore, pois não podia deixar passar aquela oportunidade de conhecer o Filho de Deus.

Como aconteceu com Zaqueu, um dia também fui atraído pelo amor de Jesus. Todos os que se achegam a Ele, fazem-no exatamente em decorrência dessa atração irresistível que Ele exerce.

“Há muito que o SENHOR me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí.” (Jeremias 31:3)

Não somos nós que atraímos Jesus, mas Ele é que nos atrai.

2) JESUS NOS CONHECE E CHAMA PELO NOME (v. 5)

Jesus caminhava entre a multidão e, de repente, olhou para cima e chamou aquele homem pelo nome: Zaqueu. Ninguém havia feito as apresentações. Nenhuma pessoa do povo disse a Jesus o nome do homem que estava sobre a árvore. Jesus não ficou surpreso ao ver aquele homem ali. Jesus conhecia Zaqueu, embora este ainda não conhecesse Jesus.

“Por amor de meu servo Jacó, e de Israel, meu eleito, eu te chamei pelo teu nome, pus o teu sobrenome, ainda que não me conhecesses.” (Isaías 45:4)

No texto de Isaías, Deus fala sobre Ciro, um gentio escolhido por Deus para ser o libertador de Seu povo. Fica claro que Ciro não conhecia o Deus Altíssimo, mas o Deus Altíssimo conhecia Ciro.

O Senhor nos conhece desde antes de sermos formados. Ainda não havia mundo, e Deus já nos conhecia. No meio de bilhões de pessoas que habitam neste planeta, Deus sabe exatamente quem é cada indivíduo, conhece os sentimentos mais íntimos que habitam nosso ser, e nos chama pelo nome, assim como Jesus fez com Zaqueu.

Deus não se confunde. Uma multidão de pessoas não é capaz de levar Deus a se confundir quanto a alguém. Ele sabe quem é quem. Nada lhe está encoberto. Leia o Salmo 139 e entenda o que estou dizendo.

Portanto, Jesus nos conhece, e nos chama pelo nosso nome.

3) É NECESSÁRIO DESCER DA ÁRVORE (v. 5-6)

Muitas pessoas sentem a atração do amor de Jesus, mas se contentam em ficar observando de longe o Mestre, em vez de se achegarem logo e estabelecerem uma comunhão de verdade com o Salvador.

Zaqueu não pensou duas vezes. Quando Jesus o chamou, ele rapidamente desceu da árvore, e seu coração estava muito alegre por ter sido visto e chamado por Jesus. Ele poderia ter permanecido na árvore, inventando desculpas para não descer, mas ele não resistiu ao chamado para ter comunhão com Jesus.

O fato de Jesus se hospedar na casa de Zaqueu mostra exatamente isto: Jesus nos chama para estabelecer conosco uma verdadeira comunhão, um relacionamento profundo. Ele não quer que fiquemos apenas observando o que Ele faz, antes, quer nos fazer participantes de Sua Vida e de Seu Reino.

Infelizmente, muitas pessoas ouvem a voz de Jesus chamando seus nomes, mas ainda relutam em descer da árvore. Uns ensaiam uma descida, mas logo tornam a subir. A dúvida que se instaura em suas mentes é: descer ou não descer.

Saiba de uma coisa: se Jesus chamou você, desça logo da árvore e vá ao encontro do Mestre. Não fique esperando que o galho se quebre, pois aí você descerá, mas não será uma descida muito agradável, pois o tombo pode ser doloroso.

Pare de resistir ao amor de Jesus e desça da árvore.


4) O ENCONTRO COM JESUS PRODUZ CONVERSÃO (v. 8)

Zaqueu era um publicano, ou seja, um coletor de impostos. Pelo que se percebe, ele era corrupto, cobrava mais do que as pessoas deviam, e com isto havia ficado muito rico. Os publicanos não eram bem vistos na sociedade judaica, pois eram tidos como aliados do Império Romano, além do fato de explorarem as pessoas financeiramente.

Muitas pessoas murmuravam no meio da multidão, pois Jesus estava se hospedando na casa de um publicano, um pecador.

Subitamente, Zaqueu toma a palavra e afirma: “Eis a metade dos meus bens, Senhor, que estou doando aos pobres; e se de alguém extorqui alguma coisa, devolverei quatro vezes mais!”

Zaqueu, diante do amor profundo de Jesus, foi tocado em seu coração e compreendeu que, até então, tinha levado uma vida de pecado, contrária à vontade de Deus. O reconhecimento do pecado trouxe arrependimento.

“Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.” (Mateus 4:17)

“E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo.” (Atos 2:38)

Arrependimento não é um simples remorso, antes, implica em verdadeira mudança de atitudes, em tomar um novo caminho, andar em uma nova direção. É não desejar mais fazer coisas que antes pareciam boas e prazerosas, mas que só traziam malefícios e condenação. Arrependimento consiste em pedir perdão a Deus e às pessoas a quem temos ofendido, perdoar aqueles que nos magoam, abandonar o pecado, dar novo rumo à vida, reparar o mal feito enquanto há possibilidade.

Zaqueu se arrependeu, pois ele renunciou à riqueza e se propôs a reparar o mal que havia feito até então. Ao contrário do jovem rico do capítulo 18, que não quis abrir mão de sua fortuna, Zaqueu compreendeu que o maior tesouro não está neste mundo, mas está reservado no céu, para todos quantos creem em Jesus Cristo e se arrependem verdadeiramente de seus pecados.

CONCLUSÃO

Hoje, Jesus continua caminhando entre nós. Não O vemos com os olhos carnais, mas podemos sentir Seu amor e ouvir Sua voz quando ele pronuncia nosso nome. Não ignore o chamado. Desça rapidamente da árvore e vá alegremente ao encontro de Jesus, arrependa-se de seus pecados e seja salvo da ira vindoura, experimentando, já nesta vida, um pouco da glória a ser em nós revelada quando da volta de Jesus no fim dos tempos.

José Vicente
07/07/2009
Pregado na Igreja Presbiteriana de Jaguapitã em 24.01.2010

PAIS VENDEM FILHOS QUE TÊM A MAIS NA CHINA

Em um mundo caído, onde o ser humano cada vez mais é visto como um mero objeto para outros seres humanos, e onde o amor se esfria cada vez mais, soterrado por toneladas de interesses exclusivamente materiais, uma notícia como esta, de pais vendendo os filhos, pode até não soar como algo absurdo, visto que existe um certo anestesiamento da consciência em grande parte da população mundial.

Leia o texto cujo link segue abaixo, e tire suas conclusões.

http://www.conjur.com.br/2009-jul-03/familias-china-vendem-filhos-permitido

"Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te." (II Timóteo 3: 1-5)

terça-feira, 7 de julho de 2009

MICHAEL JACKSON: UMA VIDA BUSCANDO A FELICIDADE

No dia 25 de junho de 2009 o mundo recebia uma notícia inesperada e um tanto chocante: Michael Jackson morreu. Hoje, 07 de julho, passados doze dias, o corpo de Michael será sepultado em um cemitério de Los Angeles, conforme informações veiculadas na internet. Neste dia também se farão homenagens públicas ao cantor falecido, no Staples Center de Los Angeles, e espera-se a presença de milhares de pessoas, entre fãs e curiosos.

A notícia do falecimento do cantor provocou comoção em muitas pessoas, principalmente nos fãs mais ardorosos, aqueles que tinham no artista mais do que um cantor, antes, consideravam-no um semi-deus.

Não pretendo, aqui, lançar palavras de reprovação às pessoas que assim procedem, pois são seres humanos sujeitos a paixões, erros, enganos e carências como todos nós, embora isto também não signifique que eu mesmo concorde com tal forma de agir. Idolatrar outro ser humano é algo com que realmente não posso ser conivente, mas procurarei não julgar ninguém. Meu intuito é escrever um pouco sobre Michael Jackson, esse menino que conseguiu se transformar em um dos maiores artistas do planeta.

Michael Jackson nasceu em 29 de agosto de 1958, em Indiana, nos Estados Unidos da América. Aos seis anos de idade iniciou sua carreira artística, cantando no famoso grupo Jackson Five, juntamente com seus irmãos Jackie, Tito, Jermaine e Marlon. Assistindo a alguns documentários exibidos na televisão desde o dia de sua morte, percebi que Michael era bastante diferente de seus irmãos. Vendo apresentações dos Jackson Five não pude deixar de notar que Michael se destacava dentre os demais, pois tinha algo mais. Parecia ter mais talento, habilidade, criatividade e outras qualidades que aos outros faltavam.

Michael tinha um jeito somente seu. Ele era um gênio musical, a exemplo de Elvis Presley, outro ícone da música mundial que, mesmo após três décadas de sua morte, continua vivo na memória dos fãs e ainda cativa milhares de pessoas com suas músicas e seu estilo diferenciado.

Confesso que não era um fã de Michael Jackson, mas gostava de algumas de suas músicas e o considerava um artista acima da média. Entretanto, percebo que mesmo com todo o sucesso que conquistou, Michael Jackson não era uma pessoa feliz. Isso pode ser percebido pelas inúmeras notícias veiculadas durante sua vida, ligadas a tentativas de mudar sua aparência e de evitar o envelhecimento, algo impossível ao ser humano.

Michael foi infeliz desde a mais tenra idade. Conforme fartamente noticiado pelos meios de comunicação, e confessado por ele em entrevista concedida a Oprah Winfrey, o fato de ter começado sua carreira aos seis anos de idade privou-o de sua infância. Ele era obrigado a passar os dias ensaiando com os irmãos, e quando via crianças brincando como crianças, chorava, pois aquilo não era permitido a ele. O pai de Michael era um homem duro, que castigava os filhos fisicamente quando erravam um passo de dança ou uma nota musical, agredindo-os violentamente.

O que se nota é que Michael Jackson foi infeliz desde sua infância, que, aliás, lhe foi roubada. Depois, com a imensa fama, veio a escravidão. Sim, Michael se tornou escravo do sucesso. Escravo das gravadoras, dos empresários, da mídia, do ego, e sua vida já não lhe pertencia mais. Tudo o que Michael fizesse se tornaria notícia. Ele era uma pessoa pública, e todos se julgavam seus donos. É possível alguém ser feliz assim?

Os atos tresloucados de Michael Jackson, como as cirurgias para mudar seu rosto, a mudança de cor da pele, as excentricidades como a construção de um mundo de faz de conta (Neverland), revelam atitudes de uma pessoa insatisfeita consigo mesma, com o mundo ao seu redor, e que ansiava por algo diferente. Michael queria ser feliz, mas sua busca o levava a fazer coisas que, no fim, acabavam por agravar sua infelicidade.

Michael Jackson trazia em sua mente as marcas de uma vida extremamente infeliz, as lembranças da rejeição sofridas dentro de sua própria casa (o pai o ridicularizava), e mesmo diante da multidão de pessoas que o admiravam essas marcas não eram apagadas. As raízes de amargura plantadas em seu coração nunca foram convenientemente tratadas, e resultaram em uma autodestruição gradativa.

Alguns escândalos aconteceram na vida de Michael Jackson, como as duas acusações de pedofilia. Particularmente, sempre tive dúvidas quanto a esses fatos. Não acredito em sua veracidade, mas vejo neles a possibilidade de se tratar de tentativas de pessoas espertas de obterem vantagem financeira e visibilidade na mídia. Ressalto que isto é apenas uma opinião minha, baseada naquilo que me habituei a ver no meio artístico, através de matérias veiculadas constantemente na mídia, onde celebridades são vítimas de armações de gente aproveitadora.

Não estou inocentando Michael. Não posso dizer se, efetivamente, ele era culpado das acusações. O que digo é apenas que não acredito que ele tenha praticado os atos que lhe foram imputados. Tanto que, embora tenha sido feito um acordo milionário no primeiro caso, quando surgiu o segundo ele não quis acordo, preferiu o julgamento pela justiça, e foi absolvido. Se tivesse feito outro acordo, mais casos surgiriam, e mais acordos teriam que ser feitos, gerando uma bola de neve. Um dia saberemos o que de fato aconteceu.

Todas essas coisas, e muitas outras que nunca chegaram ao nosso conhecimento, contribuíam para que, dia após dia, Michael buscasse mais desesperadamente a felicidade e a paz, mas, como os caminhos escolhidos por ele eram falhos, o que ele encontrava sempre era exatamente o contrário do que procurava.

Para onde Michael Jackson foi? Até parece que consigo ouvir um coro de vozes bradando: “para o inferno!”. Ouço, também, outro coro de vozes, dos fãs ardorosos, gritando: “foi para o céu! É um anjo!”. Quanto a mim, o que digo é que meu desejo é encontrar Michael no céu. Sei que, neste ponto, alguns vão me criticar e afirmar que estou blasfemando, pois como poderia alguém que teve uma vida como a de Michael ir para o céu?! Bem, eu disse que o meu desejo é esse, mas não afirmei que ele foi para o céu, assim como não posso afirmar que foi para o inferno.

E por que o meu desejo é que ele tenha ido para o céu? Ora, é bastante simples! Apenas quem está no inferno deseja que outras pessoas vão para lá. Minha fé em Jesus Cristo me dá a certeza de que o céu é minha morada eterna (a Bíblia me assegura isto), e se creio desta forma, em meu coração não pode haver um desejo diferente, senão que todas as pessoas sejam alcançadas pela misericórdia de Deus e possam descansar em Jesus, habitando eternamente no Reino dos Céus. Sei que poucos chegarão lá, porque as pessoas se recusam a entrar pela porta estreita, preferem o caminho largo que leva ao inferno.

Quando Jesus contou a parábola de Lázaro e do homem rico, Ele disse que Lázaro morreu e foi para o céu, e o homem rico, que também morreu, foi para o inferno. Mas Jesus não deu nome ao homem rico, não o identificou. Apenas nomeou quem estava indo para o céu. Se Jesus não falou o nome da pessoa que ia para o inferno, muito menos o farei eu, que sou um simples servo de Jesus.

Quem julga é Deus. A mim não foi outorgada autoridade para julgar e condenar ninguém. O que conheço da vida de Michael Jackson é pouco, não sei o que se passava em seu coração. Não sei se antes de sua morte ele teve um encontro com Jesus Cristo, único Caminho para a vida eterna. Não sei se ele se entregou a Jesus em seus momentos finais nesta terra. Somente Deus sabe.

Aos que leem este artigo, peço que olhem para o exemplo de Michael Jackson. Não o exemplo de vida, mas, sim, de como a vida é curta e, mesmo que se pense que não se morrerá, a morte vem, pois ela é uma realidade. Michael buscou a felicidade em caminhos errados. A verdadeira felicidade só pode ser encontrada em Jesus Cristo. Somente Jesus pode arrancar dos corações as raízes de amargura, perdoar nossos pecados, nos capacitar a perdoar os que nos ofenderam, transformar nossas vidas e nos conceder a salvação.

Analise sua vida. Se você morresse hoje, para onde você iria? É possível saber. "E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus." (1 João 5:11-13)
Seja feliz com Jesus, e tenha paz verdadeira. A paz que Michael Jackson procurou a vida inteira está em Jesus. Você, que lê este artigo, tem a possibilidade de experimentar essa paz autêntica em vida. Não espere o tempo se acabar, hoje é o dia da sua salvação e de uma completa mudança na sua história de vida.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” (João 3:16-18)

“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo.” (Romanos 5:1)

“Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações.” (Hebreus 4:7)
José Vicente